Policial

Menos acidentes, mais mortes: Radares vão reduzir a imprudência

Em comparativo com o mesmo período do ano passado, o número de acidentes reduziu quase pela metade - 2018 foram 11 acidentes e, 2019, foram seis acidentes -, já o número de mortes passou de zero em 2018 para quatro este ano

Menos acidentes, mais mortes: Radares vão reduzir a imprudência

Reportagem: Claudia Neis 

Cascavel – As quatro mortes registradas nos dois primeiros dias da Operação Rodovida da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nas rodovias que são de competência da Delegacia de Cascavel acendem o alerta para a imprudência dos motoristas. Em comparativo com o mesmo período do ano passado, o número de acidentes reduziu quase pela metade – 2018 foram 11 acidentes e, 2019, foram seis acidentes -, já o número de mortes passou de zero em 2018 para quatro este ano. “Com base nesses números, pode se notar que a violência das colisões foi maior. Eu costumo dizer que, se a velocidade não é a causa do acidente, ela potencializa a colisão. E foi isso o que aconteceu nesses casos registrados”, lamenta o inspetor Ricardo Salgueiro, da PRF.

Outro fator determinante para as mortes foi a falta da utilização do cinto de segurança. “O uso do item básico de segurança, sem dúvida, poderia ter evitado mortes, principalmente no acidente de Janiópolis, em que três adolescentes morreram, dois foram ejetados do veículo, se estivessem com o cinto, eles poderiam ter permanecido no carro e sobrevivido. Mesma situação do acidente em que cinco pessoas ficaram gravemente feridas na manhã de sábado (21), no qual nenhuma das que estavam no banco traseiro usavam cinto. Elas vinham de Santa Catarina, uma viagem longa e sem cinto. Infelizmente, as pessoas só usam os equipamentos para sua própria segurança por medo da fiscalização e não para proteger as próprias vidas”, afirma Salgueiro.

Radares

Salgueiro acredita que a volta dos radares móveis pela PRF deve auxiliar na redução dos números ao longo da operação. “Não tenho dúvida de que o uso dos radares vai fazer com que haja uma melhora. Aquele motorista que respeita as regras de trânsito vai continuar respeitando, mas aquele que insiste em abusar da velocidade, por exemplo, vai pensar duas vezes porque teme a multa”.

Salgueiro afirma ainda que o processo de educação dos motoristas por meio dos radares pode ser comparado ao de uma obra que ficou parada e foi retomada. “O processo é gradual. Uma obra que fica parada por quatro meses tem o cimento seco, o canteiro sujo e uma série de coisas que precisam ser consertadas antes de voltar a funcionar totalmente. A volta dos radares funciona da mesma forma, com o tempo vamos ‘limpando o canteiro’ e retomando a prudência e respeito dos condutores”, garante.

Na regional de Cascavel existem quatro equipamentos de radar, mas somente três estão sendo utilizados. O quarto não foi aferido pelo Inmetro, mas deve ser regularizado ainda no início de janeiro.

De acordo com Salgueiro, os equipamentos começaram a ser usados na última sexta-feira (20).

O motorista flagrado acima da velocidade permitida será multado. As multas dependem da velocidade registrada e do limite permitido no trecho. Se a velocidade foi até 20% superior à máxima permitida, a infração é considerada média, com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Se for entre 20% e 50% além do limite, é infração grave punida com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH. E se for mais de 50% além do limite, é infração gravíssima, com multa multiplicada por três – R$ 880,41 e suspensão do direito de dirigir.

Os acidentes

No sábado (21), uma colisão frontal entre dois veículos, matou um homem de 63 anos e deixou três feridos. O idoso teria sofrido um infarto e transitava na contramão sentido a Foz do Iguaçu quando a batida aconteceu.

Logo depois, também na BR 277, em Cascavel, cinco pessoas da mesma família que vinham de Santa Catarina ficaram gravemente feridas ao colidirem em um caminhão.

As outras três mortes aconteceram na madrugada de domingo (22). Três adolescentes morreram e um rapaz de 18 anos ficou gravemente ferido quando o veículo em que estavam bateu em uma árvore às margens da BR-272, em Janiópolis, região centro-oeste do Estado. Nenhum deles usava cinto de segurança e dois foram ejetados do veículo.

Um acidente envolvendo três veículos foi registrado na BR-277 em Céu Azul. Um menino de três anos teve traumatismo craniano e a mãe dele ficou ferida.

Mais duas mortes foram registradas na madrugada de domingo em uma colisão frontal entre dois carros na PR-182, em Maripá. Um dos veículos tinha sete ocupantes. Um homem de 25 anos e uma criança de seis anos morreram no local e os outros ocupantes, entre eles um bebê e uma criança de oito anos, tiveram ferimentos graves. No outro veículo havia um casal que teve ferimentos leves.