Opinião

Primeira lição feita

O Brasil concluiu esta semana sua primeira grande tarefa de casa. Com um terço a menos da economia inicial prevista para a próxima década, a reforma da Previdência venceu todos os trâmites e agora só depende da assinatura final para começar a vigorar.

Um passo gigantesco, duro, mas necessário para o País se sustentar no médio prazo. Mas ainda há uma extensa lista de afazeres, e todos urgentes.

A pouco mais de dois meses, o Congresso já vê com preguiça as discussões sobre a reforma tributária, tão importante quanto a primeira. Vale lembrar que dez de cada dez empresários se queixam da pesada carga e da burocracia sem fim brasileira. Até ontem, os brasileiros já tinham recolhido R$ 2 trilhões de impostos. Caminhamos para um novo recorde em termos percentuais do PIB, que ano passado chegou a incríveis 35,07% de toda a riqueza produzida no País.

É preciso um pouco mais de dedicação do Congresso para que não perca mais tempo. A pauta é urgente, e tem outros itens tão essenciais quanto. Exemplo da reforma administrativa, que deve doer no funcionalismo público federal. O governo precisa enxugar a máquina (discurso que se repete há quatro décadas), caso contrário, ela vai parar, como tantas vezes esteve perto de acontecer neste ano que ainda nem chegou ao fim.

O funcionalismo público ganha cinco vezes a média da iniciativa privada. E em muitos casos tem uma produtividade muito menor.

Em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff prometeu “cortar da própria carne” e eliminar 3 mil cargos. Seis meses depois, cerca de 500 tinham sido de fato cortados. O presidente Jair Bolsonaro foi mais ousado: falou em demitir 21 mil cargos comissionados. A hora é agora. O Brasil precisa voltar a crescer.