Opinião

Em assunto sério não se brinca

Por Carla Hachmann

Os alertas sobre a necessidade da aprovação urgente da reforma da Previdência têm sido cada vez mais eloquentes e já ouvimos até a “ameaça” de que os salários do funcionalismo federal podem deixar de ser pagos se o tema não avançar. Isso sem contar o mea culpa do presidente Jair Bolsonaro que reconheceu ter errado ao ser contra a reforma em anos anteriores. É séria a coisa!

Esta semana, o ministro Paulo Guedes participou de audiência por mais de seis horas, explicando números, cortes, estratégias, enfim, respondendo a questionamentos não muito simpáticos, tratando de um assunto delicado e complexo. Por si, já é de esgotar qualquer sujeito bem preparado.

Agora, imagine quando uma pergunta vem com termos chulos, pejorativos, e até ofensivos. Quando o deputado paranaense Zeca Dirceu usou os termos “tchutchuca” e “tigrão” na sua pergunta, Guedes levou um tempo para entender. Muitos de nós também levaríamos. São termos usados em uma música funk, muito provavelmente desconhecidos para quem não circula nessas paragens. Guedes reagiu ao tom ofensivo e entendeu por assimilação.

Costuma-se usar esse tipo de subterfúgios infames quando não se está preparado para lidar com argumentos. Ora, uma pergunta bem formulada, com lógica e coerência, merece ser respondida. Agora, um questionamento ofensivo e agressivo, fora de propósito, e até incompreensível, só revela as intenções de quem pergunta: bagunçar o coreto. Lamentável.