Opinião

A educação brasileira produz excluídos

Por Carla Hachmann

Que a educação pública brasileira vai de mal a pior não é novidade. Mas nem por isso deixamos de nos assustar toda vez que novos dados são divulgados. E desanimar.

Ao comentar os péssimos resultados do Brasil no Pisa 2018, exame realizado com jovens de 15 anos de 79 países e economias, Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Inep – órgão do Ministério da Educação -, disse que a “educação brasileira produz excluídos”.

Sua constatação resume tudo. O que dizer de um sistema em que sete de cada dez jovens de 15 anos não sabem o básico de matemática? Apenas 2% dos estudantes conseguem entender um texto longo. O que estamos fazendo com nossas crianças? Que geração estamos produzindo? O que será do futuro do País?

“Não temos o que comemorar… sair de último pra penúltimo não tem mérito, está muito ruim”, disse Lopes, que sentenciou: “Se continuarmos com as mesmas práticas dos últimos 20, 30 anos não vamos melhorar. Qual foi a política bem-sucedida que levou 68% dos jovens a não terem um mínimo de conhecimento matemático pra exercer sua cidadania?”

A maior avaliação de estudantes do mundo, o Pisa, mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais em educação. Na última década, a diferença de desempenho entre os alunos se aprofundou com a desigualdade socioeconômica.

Nesta edição, o desempenho na avaliação colocou o Brasil na 57ª posição entre os 77 países e regiões com notas disponíveis em leitura; na 70ª posição em matemática; e na 64º posição em ciências, junto com Peru e Argentina, em um ranking com 78 países. China e Singapura lideram os rankings das três disciplinas.

Se a educação é a ferramenta para o desenvolvimento, o que será das futuras gerações…