Educação

Rede estadual formou quase 18 mil novos técnicos em 2018

São 51 cursos profissionalizantes oferecidos sem nenhum custo e de acordo com o setor produtivo de cada região

Na imagem, Juliano Thainan Jonas. Curitiba,22/04/2019 Foto:Jaelson Lucas ANPr
Na imagem, Juliano Thainan Jonas. Curitiba,22/04/2019 Foto:Jaelson Lucas ANPr

O ano de 2019 começou com boas perspectivas para quase 18 mil profissionais que concluíram a formação técnica em diferentes áreas no ano passado nas escolas da rede estadual de ensino. Com a formação técnica oferecida pela Secretaria de Estado da Educação, os profissionais conseguiram avançar ou até mesmo trocar de empregos, aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida.

É o caso do Rodnei Carlos Nunes, 36 anos, que em meados de 2016 tomou uma decisão que mudou a sua vida. Depois de cinco anos trabalhando na construção civil, pediu demissão e se matriculou no curso técnico de Química, no Centro Estadual de Educação Profissional Castaldi, em Londrina ( Norte do Estado).

“Um colega do trabalho indicou a escola e depois que eu fiz o curso muita coisa mudou na minha vida, melhorou a qualidade e o salário dobrou”, contou Rodinei.

Hoje trabalha como assistente de análise físico-química em uma empresa de café. É ele quem analisa o nível de acidez, PH e umidade do café antes de chegar ao consumidor. “Nunca iria conseguir um emprego como esse sem o curso. Tudo que aprendi, uso aqui no trabalho”, disse. “As empresas estão procurando profissionais qualificados e o Centro tem uma gama muito grande com cursos em diversas áreas. É uma oportunidade que pode mudar a vida dos estudantes”, afirmou.

QUALIFICAÇÃO E EMPREGABILIDADE – De acordo com o secretário estadual da Educação, Renato Feder, um dos grandes objetivos da Educação é ampliar a oferta e a qualidade do ensino profissionalizante, para impactar positivamente a empregabilidade dos jovens e também contribuir com a oferta de profissionais qualificados para o setor produtivo do Paraná. “O ensino profissionalizante é também uma forma de combater a evasão escolar e de aumentar as perspectivas de acesso ao mercado de trabalho”, disse.

A formação técnica em nível médio é ofertada na rede estadual de ensino em 300 escolas regulares e em 34 Centros Estaduais de Educação Profissional (CEEPs) espalhados por 178 municípios. No total, são 51 cursos profissionalizantes oferecidos sem nenhum custo e de acordo com o setor produtivo de cada região.

Para facilitar ainda mais o ingresso do estudante no mercado de trabalho, essas escolas possuem parcerias com empresas atuantes nas áreas relacionadas aos cursos disponíveis. Durante o curso, os alunos participam de estágios obrigatórios previstos no currículo. Além disso, eles podem fazer estágio não obrigatório, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

IMPACTO NA ECONOMIA – Para a economista do Departamento do Trabalho, da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho, Suelen Glinski, a formação técnica e a qualificação profissional estão mudando o perfil dos trabalhadores paranaenses e essa tendência vai ao encontro das demandas dos setores produtivos, gerando um impacto positivo na economia do Estado.

“O emprego na indústria exige a qualificação do trabalhador, da pessoa que está concorrendo a uma vaga, então ela precisa ter uma qualificação e a formação técnica é um ótimo caminho”, disse Glinski. Segundo ela, esse número de novos profissionais que se formam a cada ano é muito positivo porque demonstra que as pessoas estão buscando se especializar para estarem aptos a concorrer no mercado de trabalho. “É um dado novo que nos próximos meses vai impactar na economia do Estado”, afirmou.

NOVOS CONHECIMENTOS – Depois de quatro décadas trabalhando na construção civil como mestre de obras, o empresário Pedro dos Santos, 60 anos, decidiu voltar para a sala de aula. “Havia muitos conhecimentos técnicos e teóricos que eu não tinha, mesmo com toda a bagagem e experiência”.

Pedro foi motivado a fazer o curso de Edificações no CEEP de Curitiba pela filha, Maria Eduarda dos Santos, e pelo funcionário Juliano Thainan Jonas, que concluíram o mesmo curso no ano passado no Centro, no bairro Boqueirão. “Os conteúdos que estou vendo hoje também me ajudam a administrar melhor o meu negócio e no futuro a expandir a empresa, contratar novos funcionários”, disse.

A experiência adquirida por Pedro ao longo dos anos também é compartilhada com os professores e colegas de classe: ele é um dos empresários parceiros do CEEP que contrata estagiários da escola para que possam aplicar na prática o que aprendem em sala.

Foi o caso do hoje técnico em Edificação e estudante de Engenharia Civil, Juliano Thainan Jonas, 19 anos. “O curso foi um divisor de águas sem sombra de dúvidas porque saí do CEEP com uma profissão e com uma visão muito diferente do mercado de trabalho. Hoje uso os conhecimentos teóricos na faculdade e a prática que aprendi durante o curso no trabalho”, disse.

REFERÊNCIA E QUALIDADE

Fundado em 1941, o Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba é uma referência na formação profissional na capital. Em 2018, por exemplo, o colégio formou mais de 500 novos técnicos, dos quais 60% já saíram da escola encaminhados para o mercado de trabalho com carteira assinada. Além disso, 20% dos formados do CEEP ingressaram no ensino superior e outros 20% escolheram outra profissão.

A escola técnica conta com 32 laboratórios específicos para os cursos de Biotecnologia, Edificações, Mecânica, Meio Ambiente, Eletrônica, Eletromecânica, Manutenção Automotiva e Química. Além de 30 salas de aula, uma biblioteca com acervos bibliográficos específicos para os cursos e quadra poliesportiva coberta.

Ao longo do ano letivo o CEEP oferece mais de mil vagas de estágio, proporcionado aos alunos a vivência profissional. Atualmente o Centro de Curitiba atende 2.259 estudantes do ensino técnico integrado ao Ensino Médio e ensino técnico subsequente (para quem já concluiu o Ensino Médio).

OLHO NAS DATAS – A Secretaria da Educação irá divulgar na segunda quinzena de maio o cronograma de matrículas para o segundo semestre para os cursos subsequentes. Já as matrículas para os cursos integrados acontecem junto com as matrículas do ensino regular de 2020.