Agronegócio

Produtores de leite do Paraná buscam diálogo durante a pandemia

  Foto: Arnaldo Alves - SECS
Foto: Arnaldo Alves - SECS

Diversos produtores de leite do Paraná vêm relatando que as indústrias lácteas não estão honrando os valores estabelecidos pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite-PR), utilizados como referência na negociação da matéria-prima leite. Desde que foram impostas as medidas de isolamento social para contenção da coronavírus, os consumidores aumentaram sensivelmente a demanda por produtos lácteos entre final de março e início de abril. Porém, no início de maio algumas empresas têm resistido a pagar pelo produto com base nos valores de referência. Essa situação se repete em diversos Estados.

A FAEP se posicionou e a CNA emitiu uma nota oficial apontando esses fatos e conclamando a indústria para que dê continuidade à política calcada no diálogo, que vinha proporcionando grande crescimento ao setor lácteo brasileiro. “Precisamos manter o diálogo e a transparência. Se a indústria está tendo problema com a queda acentuada nos preços dos produtos lácteos na segunda quinzena de abril e primeira de maio, isso é um assunto para os Conseleites discutirem no mês de maio”, aponta Volpi.

Problema afeta o Paraná

A cadeia do leite é uma das mais importantes do Paraná e uma das que mais se desenvolveu nos últimos 20 anos. O ponto forte deste arranjo sempre foi o equilíbrio entre o produtor rural e a indústria, que juntos transformaram o Estado no segundo maior produtor de leite do país, atrás somente de Minas Gerais.

As relações entre produtores e laticínios ganharam um importante reforço em 2002, com a criação do Conseleite Paraná, que reúne de forma paritária representantes dos produtores (representados pela FAEP) e das indústrias (representadas pelo Sindileite-PR) para juntos definirem o valor de referência para o leite a ser pago aos produtores do Estado, com base no desempenho de um mix de produtos lácteos no atacado. No centro desta balança está a Universidade Federal do Paraná (UFPR) responsável pelos trabalhos técnicos, que garante isenção e equilíbrio aos processos.

No início de maio, porém, a exemplo do que vem ocorrendo em outros Estados, algumas empresas deixaram de cumprir os pagamentos com base no valor do Conseleite, agravando ainda mais a situação dos produtores de leite do Paraná.