Cotidiano

Polícia da Turquia faz operações pós-golpe em 44 empresas de Istambul

ISTAMBUL ? A polícia da Turquia realizou operações simultâneas em 44 empresas de Istambul nesta terça-feira e tinha mandados para deter 120 executivos de companhias, como parte da investigação sobre a tentativa fracassada de golpe militar do mês passado, informou a agência estatal de notícias Anatolia. No mesmo dia, a promotoria turca pediu prisão perpétua para o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, residente nos Estados Unidos, que foi acusado de orquestrar a rebelião de 15 de julho ? ele nega qualquer envolvimento.

Segundo a Anatolia, as empresas foram acusadas de dar apoio financeiro ao movimento de Gulen. A polícia iniciou as buscas nos bairros de Uskudar e Umraniye, em Istambul, incluindo edifícios pertencentes a uma holding não mencionada.

Concluindo uma investigação de um ano sobre as transações financeiras do grupo, os promotores da cidade de Usak exigiram que o clérigo seja punido com duas penas de prisão perpétua e 1.900 anos de prisão, de acordo com a Anatolia.

Na acusação de mais de 2.500 páginas aceita pelo tribunal de Usak, nesta terça-feira, Gulen e 111 outros suspeitos são acusados de transferir fundos obtidos através de instituições de caridade ou doações para os Estados Unidos por meio de empresas de fachada. A agência afirma que a acusação também faz referência ao suposto papel de Gulen na tentativa de golpe.

Desde a revolta militar, mais de 35 mil pessoas foram detidas, das quais 17 mil foram presas formalmente, e dezenas de milhares mais foram suspensas em um expurgo entre militares, agentes da lei e funcionários da educação e da Justiça.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, acusa Gulen de comandar uma rede ampla de escolas, instituições de caridade e negócios, constituída na Turquia e no exterior ao longo de décadas, para infiltrar instituições estatais e formar uma ?estrutura paralela? cuja meta é dominar o país.

Erdogan prometeu neste mês cortar as fontes de receita dos negócios ligados a Gulen, descrevendo-os como ?ninhos de terrorismo?.