Agronegócio

Piscicultura se revela lucrativa

Para especialistas, rentabilidade é viável, desde que haja mercado

Piscicultura se revela lucrativa

Em Santa Helena a piscicultura vem crescendo continuamente. A produtividade média dos tanques chega a 30 toneladas/hectare, mas há produtores que já dobraram esse resultado. Como o mercado ainda sofre oscilações, é preciso que os produtores sejam eficientes para continuar na atividade. Foi justamente para discutir os rumos da comercialização do pescado e novas tecnologias de produção que a Prefeitura de Santa Helena, o POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), a Associação Comercial e Empresarial do Município e o Instituto Emater promoveram o Encontro Regional de Piscicultura do Oeste Paranaense.

Apesar de algumas dificuldades, os números indicam que a piscicultura tem se revelado lucrativa na região. “O produtor que consegue uma produtividade entre 25 e 30 toneladas/hectare, com o quilo do pescado a R$ 0,70, obtém uma rentabilidade entre R$ 18 mil e R$ 24 mil por hectare. Rende mais que atividades tradicionais, desde que tenha mercado para a produção”, observou Gelson Hein, do Instituto Emater em Toledo.

Em Santa Helena 200 produtores se dedicam à atividade.

Segundo André Victório, extensionista do Instituto Emater, é preciso não só aumentar a produtividade dos tanques, mas manter a lucratividade da piscicultura e isso depende, sobretudo, de novas tecnologias. “Com as informações divulgadas no encontro, os produtores poderão optar por novas rações ou mudar a densidade de peixes por metro quadrado, levando em conta a sua realidade”.

Na região oeste, os profissionais do Instituto Emater prestam assistência técnica a 250 piscicultores. O trabalho envolve desde orientações sobre a qualidade da água e o manejo dos peixes até o apoio na comercialização da produção: “Até os anos 90 a contribuição da Extensão Rural foi fomentar a piscicultura. Estimular mais produtores a entrar na atividade. Consolidamos a tilápia como espécie viável comercialmente e os pesque-pague como base da comercialização de peixe na região. Hoje o Instituto tem seis técnicos que prestam assistência aos piscicultores e nosso papel é, além de melhorar a produtividade, acompanhar a questão sanitária e ambiental da piscicultura”, reforça Gelson Hein.

Para divulgar novas tecnologias e práticas, extensionistas do Instituto Emater acompanham dez unidades referência em piscicultura na região. Essas propriedades são acompanhadas de forma integral e continuamente. A partir dos resultados obtidos, o produtor consegue saber se a piscicultura está sendo rentável e pode decidir se continua na atividade ou não.

Na opinião de Gelson Hein, ainda há questões técnicas que podem ser melhoradas, entre elas a qualidade das rações usadas pelos piscicultores ou o uso de novos produtos como biorremediadores que ajudam a melhorar a qualidade da água dos tanques. Quanto ao mercado, Hein lembra que hoje a concorrência é maior. Há cooperativas que colocam um grande volume de pescado nos mercados locais, derrubando o preço do pescado em algumas épocas do ano. Na região oeste existem 25 frigoríficos de peixe que abatem 250 toneladas diariamente. Ainda assim o consumo tem espaço para crescer. Dados indicam que o consumo per capita é de 10 kg de peixe/ano, enquanto a FAO indica que o ideal é de 12 kg/ano.