Política

Nova data das eleições divide Paraná

Mergulhados no combate à pandemia do coronavírus, os atuais prefeitos, na maioria, defendem o calendário eleitoral vigente e a maioria dos candidatos em mandato prefere o texto aprovado no Senado

Nova data das eleições divide Paraná

Curitiba – A mudança das datas das eleições – de 4 e 25 de outubro para 15 e 29 de novembro, conforme aprovado no Senado – divide os deputados paranaenses, os prefeitos que disputam a reeleição e os candidatos a prefeito e a vereador. Mergulhados no combate à pandemia do coronavírus, os atuais prefeitos, na maioria, defendem o calendário eleitoral vigente e a maioria dos candidatos em mandato prefere o texto aprovado no Senado.

No Paraná, 394 cidades decidem as eleições em primeiro turno. O segundo turno pode alcançar cinco cidades, diz a norma eleitoral, com mais de 200 mil eleitores: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel.

Na Câmara dos Deputados, onde a proposta tramita agora, também não há consenso. A deputada Luisa Canziani (PTB) e os deputados Fernando Giacobo (PL) e Luciano Ducci (PSB) dizem buscar um acordo que atenda tanto os atuais prefeitos como os candidatos. “Está sendo formado acordo para aprovar a PEC do Senado. Vamos ver como vai caminhar”, disse Ducci.

O deputado Ricardo Barros (PP) é contra o adiamento da data e trabalha pela manutenção de 4 e 23 de outubro. “Não haverá risco nenhum à população. Tomaremos providências, estenderemos o horário de votação, faremos obviamente, a segurança necessária para o deslocamento das pessoas até a urna. É uma eleição rápida porque vota só para prefeitos e vereadores”, argumenta.

Já o deputado Aliel Machado (PSB) diz que o momento exige atender às recomendações científicas e dos especialistas em saúde pública. “O adiamento não diz respeito apenas às datas da eleição, diz respeito ao período eleitoral, por isso a necessidade do adiamento. No PSB, vamos fazer e atender às recomendações científicas”.

Pré-candidato a prefeito de Curitiba, o deputado Ney Leprevost (PSD) alerta para a pressão: “Acredito que 15 de novembro é uma boa opção, mas a pressão dos prefeitos nos deputados federais para não mudar é grande”.

No MDB, o presidente estadual João Arruda está organizando as chapas e avalia que a maioria dos candidatos, com mandato ou sem, é a favor do adiamento. “A princípio todos eles, prefeitos e candidatos que não estão disputando a reeleição, querem o adiamento. Mas os que vão à reeleição também argumentam que é melhor que não mude a data, que não seja adiada”.

Sem prorrogação 

Líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD) se diz a favor da mudança das datas para 15 e 29 de novembro e contrário à prorrogação dos mandatos.

O Senado, segundo o deputado Delegado Francischini (PSL), foi “sensível” neste momento de crise sanitária sem precedentes. “O foco principal é o combate à pandemia, a proteção à vida. A eleição não pode se sobrepor ao enfrentamento à covid-19. A eleição acontecerá quando houver segurança para as pessoas”.

Francischini disse ainda que o eleitor poderá analisar melhor as propostas de todos os candidatos: “Não acredito que quem está na administração municipal se favoreça com isso, até porque temos visto uma sucessão de erros na atual gestão que tem resultado, infelizmente, em mortes”, provoca o pré-candidato a prefeito de Curitiba.

 

Por ADI Curitiba