Cotidiano

Jucá critica calendário de Lewandowski para julgamento do impeachment

BRASÍLIA – O senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou nesta segunda-feira a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, de marcar para os dias 29, 30, 31 de agosto e 1 e 2 de setembro o período de julgamento do impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff no Plenário do Senado.

Jucá afirmou que a data não foi combinada com os senadores e que a decisão não cabe ao STF, mas ao colegiado do Senado.

O peemedebista defende que o período do julgamento seja de 26 a 31 de agosto.

— Não vou aceitar isso, vou fazer confusão! Lewandowski combinou isso com quem? Ele não é senador, isso é um colegiado. A decisão não é dele, é dos senadores. Temos uma reunião com ele quarta-feira e espero que os líderes tenham coragem de dizer isso a ele, como estou dizendo. Este é o primeiro golpe parcelado da história, é o golpe Casas Bahia, a cada mês uma parcela de golpe — ironizou o peemedebista.

Jucá afirmou que o período programado pelo presidente do STF vai expor o Brasil ao “ridículo” de ter um presidente interino na China, sem saber se deve ou não participar das reuniões porque ainda não terá um resultado no Senado.

— É querer que o Brasil passe vexame — disse.

A data escolhida por Lewandowski, cai numa segunda-feira. Com isso, os senadores iniciariam e terminariam o julgamento dentro da semana, em vez de avançar no fim de semana. Internamente, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vinha sinalizando que não gostaria de transformar a Casa num “circo”, como considera ter ocorrido a votação do impeachment na Câmara.

— Por que o Senado não pode trabalhar sábado e domingo? Temos que ter responsabilidade com o País e votar isso rapidamente. Votada a pronúncia no plenário dia 9, a partir do dia 15 tem 10 dias para Lewandowski receber e marcar a data. Dia 26 já podemos começar a discutir para terminar de votar dia 31. Dia 31 acaba duas maldições: a maldição de agosto e a maldição Dilma Rousseff. Vai ser o melhor fim de agosto da História.

PARECER DO RELATOR

O relator do Comissão do Impeachment do Senado, Antônio Anastasia (PSDB-MG), está trancado no gabinete com consultores da Casa e com o assessor parlamentar Flávio Unes concluindo seu parecer pela perda definitiva do mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. A leitura está marcada para amanhã ao meio dia. Na quarta-feira será feita a discussão e na quinta-feira a votação. Pelo calendário a votação em plenário poderia ser marcada a partir do dia 25, mas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowiski já anunciou que só começará a discussão no dia 29 por causa do fim de semana, com término previsto para 02 de setembro.

Na tribuna do plenário, Jucá se insurgiu contra Lewandowski e anunciou que irá pedir uma reunião na quarta-feira para rediscutir essa data, alegando que na Câmara o impeachment foi votado no domingo, e não teria sentido os senadores adiarem a votação porque não poderiam trabalhar de quinta-feira a domingo.

— Por que o Senado não pode trabalhar sábado e domingo? Temos que ter responsabilidade com o país e votar isso rapidamente. Votada a pronúncia no plenário dia 9, a partir do dia 15 tem 10 dias para Lewandowiski receber e marcar a data. Dia 26 já podemos começar a discutir para terminar de votar dia 31. Dia 31 acaba duas maldições: a maldição de agosto e a maldição Dilma Rousseff. Vai ser o melhor fim de agosto da História.

— Não vou aceitar isso, vou fazer confusão! Lewandowski combinou isso com quem? Ele não é senador, isso é um colegiado.

— É o primeiro golpe parcelado da História. Golpe Casas Bahia, a cada mês uma parcela de golpe.

Jucá também protestou contra a decisão dos representantes da Oposição na Comissão de apresentar dois votos em separado contra o relatório de Anastasia. Mesmo só com cinco votos, a ideia é apresentar os votos em separado para ganhar tempo e tentar atrasar a votação.

— São só cinco e vão apresentar dois votos em separado, querem demorar e não querem perder o jogo. Arrumaram um técnico uruguaio, vão deitar no campo, fazer cera para que o jogo acabe em briga — disse Jucá.