RIO ? O mês passado foi o mais quente da História, superando a marca alcançada em julho do ano passado, segundo dados divulgados pela Nasa. Os últimos dez meses registraram temperaturas recorde para os respectivos meses, mas julho quebrou o recorde absoluto de calor desde que os registros começaram a ser feitos, em 1880.
As temperaturas em julho foram 0,84 grau Celsius acima da média de 1961 e 1980, e 0,11 grau Celsius mais quente que o recorde anterior, em julho do ano passado.
Os resultados foram publicados no banco de dados da Nasa, e compartilhados no Twitter pelo climatologista Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da Nasa. A medição combina as temperaturas da superfície do mar e dos continentes.
Dados coletados pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) apontam resultados semelhantes, com recordes de temperatura nos últimos 14 meses, mas os registros de julho ainda não foram divulgados.
Para o climatologista David Karoly, da Universidade de Melbourne, os dados até o momento indicam ?99% de chances para um novo recorde anual em 2016?. As altas temperaturas são resultado de uma combinação do aquecimento global com um poderoso El Niño. O pesquisador destacou que as medições da Nasa já incluem 0,5 grau Celsius de aquecimento nas temperaturas globais, o que significa que julho foi 1,34 grau Celsius mais quente em relação aos níveis pré-industriais, quase alcançando a meta de 1,5 grau de aquecimento visada pelo Acordo de Paris.
O El Niño já se dissipou, mas os efeitos sobre as temperaturas globais se arrastam por um período de três a seis meses. A estimativa é que o aquecimento das águas do Pacífico tenham contribuído em 0,2 grau Clesius, e o 1,14 grau Celsius restante seja resultado das mudanças climáticas induzidas pelo homem.