Curitiba – Os deputados que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JMK ouviram ontem os delegados responsáveis pela investigação que apura fraudes em contratos de manutenção em carros e do conserto de veículos oficiais do Governo do Paraná.
Denúncias apontam que envolvidos com a empresa JMK, responsável por prestar estes serviços, são investigados por adulteração de orçamentos, colocação de peças de baixa qualidade e falta de pagamentos a oficinas mecânicas que deveriam consertar carros do governo. Foram duas mil ordens de serviço analisadas até o momento, de um total de 200 mil.
A fraude foi descoberta quando a polícia fez uma força-tarefa para analisar ordens de serviço para conserto de viaturas, em 2018, conforme informou o delegado Alan Flore, chefe da Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil. O delegado Flore conduziu a operação Peça Chave que desvendou o esquema de fraudes nos contratos e apontou o prejuízo de cerca de R$ 125 milhões aos cofres públicos.
Os deputados questionaram sobre as prisões que foram realizadas durante a operação. Flore afirmou que a Polícia Civil pediu a prisão preventiva, por tempo indeterminado, dos investigados, mas que a Justiça só expediu ordens de prisão temporária.
O delegado Guilherme Dias, que conduz as investigações, também foi ouvido, e informou que sócios ocultos da empresa usavam carros de luxo avaliados em mais de R$ 500 mil, enquanto as oficinas tinham seus pagamentos atrasados.
O deputado estadual Luiz Fernando Guerra (PSL) solicitou a ampliação das investigações sobre a JMK aos outros órgãos públicos que mantém ou mantiveram contratos com a empresa para a manutenção de veículos oficiais. “As investigações são de interesse da sociedade, por isso entendo necessária a ampliação para os demais órgãos que a JMK mantém contrato similar ao que firmou com o Governo do Estado”, disse Guerra, que também pediu esclarecimentos sobre o quadro societário da empresa para verificar se há vínculo com agentes políticos.