Política

Coluna Contraponto do dia 09 de maio de 2018

Ameaçado, Leal está protegido na PF

ais um preso com longo histórico de ligações com o ex-governador Beto Richa estaria sendo também ameaçado de “eliminação” enquanto estava nas dependências do Complexo Médico Penal de Pinhais. Desta vez é o ex-diretor do DER Nelson Leal, que foi transferido às pressas para a sede da Superintendência da Polícia Federal no Bairro da Santa Cândida. O Depen (Departamento Penitenciário do Estado) já havia sido alertado sobre os perigos que o prisioneiro corria mas, segundo sua defesa, não estavam sendo tomadas as medidas de proteção necessárias. Por isso, foi transferido para a PF, supostamente fora do alcance dos interessados em calá-lo.

Pedágios

Nelson Leal está preso preventivamente desde 26 de fevereiro quando foi deflagrada a Operação Integração, que investigou um esquema de troca de favores por pecúnia entre o DER e a concessionária Econorte, que administra a BR-369, rodovia pedagiada que liga a divisa do Paraná, na região de Jacarezinho, a Londrina, no norte do Estado.

Segundo caso

É o segundo caso de transferência de Pinhais para a Polícia Federal de suspeitos envolvidos em esquemas na gestão anterior do governo estadual. O primeiro foi Maurício Fanini, o ex-diretor da Educação acusado na Operação Quadro Negro de desviar recursos de construção e reforma de escolas e destiná-los – com a participação da construtora Valor – para campanhas eleitorais e políticos da casa.

Para Brasília

Fanini também habitava em Pinhais desde setembro do ano passado. Em abril foi transferido para a PF de Curitiba e, semana passada, para a PF de Brasília.

Mentira

Outra versão desmente a existência das supostas ameaças à integridade física de Fanini e Nelson Leal e creditam as transferências a procedimentos usuais quando da tomada de delações premiadas dos acusados. Fanini já prestou a sua e Leal caminha para obter o mesmo benefício.

Caixa preta

Depois de negar duas vezes informações sobre gastos com publicidade (no plenário da Assembleia Legislativa e pela Lei de Acesso à Informação), a Sanepar terá abrir sua “caixa preta”, revelando quanto gastou, o orçamento anual para essas ações, os critérios técnicos adotados e quais os eventos que receberam apoio financeiro desde o início do Governo Beto Richa.

Ordem judicial

É que o juiz Guilherme de Paula Rezende, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, concedeu liminar a um mandado de segurança impetrado pelo líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Nereu Moura. O juiz não concordou com a justificativa dada pela Sanepar de que não poderia fornecer os dados por se tratarem de “informações relevantes e estratégicas cuja divulgação expõe dados de gestão interna da companhia”.

Dejà Vu no Paraná

Cinco dos seis presos ontem no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em São Paulo no âmbito da Operação Dejà Vu, 51ª fase da Lava Jato, estão sendo trazidos para Curitiba a pedido da força-tarefa e autorizado pelo juiz Sergio Moro. As investigações miram um esquema de propinas de R$ 200 milhões e podem ter desdobramentos em casos ocorridos no Paraná.

O que ronda

Não foi especificamente mencionada a concessão da PR-323, no Paraná, o caso mais notório de participação da Odebrecht em licitações no Estado e que só não consolidada porque, em seguida, a empreiteira foi alcançada pela Lava Jato e desistiu da obra que lhe permitiria cobrar pedágio na rodovia por 30 anos. O ex-governador Beto Richa estava indiciado no inquérito sobre esse caso no STJ, sob acusação de que a Odebrecht teria feito repasse de R$ 2,5 milhões para abastecer a campanha de reeleição de 2014.