Política

“Bolsa Família” Municipal chega só a um terço da meta

O máximo de cadastros simultâneos feito até agora foi de 350

“Bolsa Família” Municipal chega só a um terço da meta

Prestes a completar um ano de criação, o Programa Promover, que transfere bolsas em dinheiro para famílias em extrema vulnerabilidade, apelidado de “Bolsa Família Municipal” está bem distante do teto estipulado pela Secretaria de Assistência Social. Com permissão dada pela Câmara para liberar até mil benefícios em Cascavel, atualmente 320 famílias estão contempladas pelo cartão com depósitos mensais de R$ 100. O máximo de cadastros simultâneos feito até agora foi de 350.

Para ter o benefício é necessário ter renda per capita de R$ 170 por mês. O pedido do cartão é feito em qualquer Cras (Centro de Referência de Assistência Social). Assistentes sociais analisam as condições da família. O cartão pode ser usado para a compra de alimentos, produtos de limpeza e gás de cozinha.

Até o fim do ano, o total de beneficiários deve se manter nesse patamar devido aos critérios adotados para evitar fraudes e compra de produtos como bebida alcoólica. “Há um monitoramento frequente, semanal. Por enquanto, estamos trabalhando com os pés no chão. Já chegamos a 350 cartões liberados, agora temos 320. Essa variação ocorre devido ao desligamento de beneficiados, conforme aumenta a renda familiar. E o nosso objetivo é justamente este: que seja um benefício temporário, até que consigam se reestabelecer financeiramente”, explica o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi Júnior.

O desligamento ocorreu principalmente com idosos que passaram a contar com o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Sem fraude

O benefício gerou muitas discussões ano passado por liberar dinheiro em vez da cesta básica. Mas, em um ano, nenhuma irregularidade foi constatada nos 30 mercados credenciados. “É muito satisfatório dar dignidade às famílias. Tivemos relatos de pessoas que passaram a ter a chance de escolher o que iriam comer, o que nunca puderam fazer ao longo da vida”, revela Hudson.

Uma das principais justificativas para a criação do Promover era a extinção da cesta básica. Porém, devido à demora da inclusão total dos que preenchem os requisitos básicos, há ainda 800 famílias que recebem a ajuda em produtos, assim, a extinção da cesta básica ficou para 2020. “Pretendemos ano que vem potencializar e fortalecer o Promover. Isso ocorrerá quando estivermos em um estágio avançado e com mais segurança para liberar os mil benefícios”, justifica Hudson.

Prioridades

Na lista de prioridade estão: família chefiada por mulher em situação de desemprego ou menor renda per capita; com maior número de crianças e adolescentes; que tenha dependente com deficiência e/ou pessoa incapacitada, ou, ainda, idosos excluídos do BPC; família com membros no sistema penitenciário ou em situação de privação de liberdade sem direito ao auxílio-reclusão; família com situação de violação de direitos em decorrência do precário ou nulo acesso à renda.

Reportagem: Josimar Bagatoli