Educação

Acadêmico de Direito participa de projeto missionário no Líbano

Na missão que durou 20 dias, Fernando e mais 17 pessoas trabalharam de forma voluntária na reforma de uma escola atingida pela guerra

Com o objetivo de reformar uma Escola Adventista, fechada há mais de 20 anos por causa da guerra, e transformar o local em um centro de ensino para crianças refugiadas sírias, o acadêmico do curso de Direito da Univel, Fernando Henrique Oliveira, viajou para a cidade de Bechmizzine, no Líbano, para fazer parte do projeto da Igreja Adventista, que foi chamado de "20 dias em missão".

O Líbano recebeu cerca de um milhão de refugiados e no mundo, são registrados mais de 22 milhões, sendo que para cada quatro pessoas no país, uma é refugiada. Muitos deles são médicos, advogados, professores, entre outros profissionais, que tiveram que abandonar tudo para se salvar e salvar a família. "Essas pessoas não possuem escola, nem têm oportunidade de trabalho e quando conseguem uma vaga, são exploradas; elas também não podem estudar nas escolas ou universidades públicas", comenta o acadêmico.

Muita coisa mudou desde 1945, após a Segunda Guerra Mundial, mas, Fernando ressalta que muito ainda precisa ser feito, uma vez que muitas pessoas ainda não possuem o mínimo para a própria subsistência, e nesse sentido, com a viagem, ele adquiriu conhecimentos específicos que usará na profissão. "A viagem agregou em vários aspectos, mas principalmente no Direito, que é inerente para cada pessoa, independente de nacionalidade, etnia, idioma, religião, cor, sexo, ou qualquer outra condição, que hoje chamamos de Direitos Humanos". Para a coordenadora do curso de Direito da Univel, Caroline Buosi Velasco, a viagem do Fernando é motivo de orgulho porque a instituição se preocupa com a formação do acadêmico. "Nós nos preocupamos no desenvolvimento como um todo e essa vivência propicia a formação pessoal, além da formação técnica", ressalta.

Na tentativa de minimizar um pouco o sofrimento dessas pessoas, Fernando explica que há quatro anos foi criado um Centro de Influência em Beirute, capital do Líbano, que funciona com uma equipe de voluntários que atendem 78 crianças sírias refugiadas. "Essas crianças têm acesso à educação básica, mas com a reforma da Escola Adventista em Bechmizzine, vai ser possível minimizar ainda mais o sofrimento deles, que além do histórico terrível, vivem em condições muito precárias", conclui.

Fernando e os outros voluntários fizeram a viagem com recursos próprios. Ele conta que a experiência foi uma mudança de vida e que nunca mais será o mesmo. "Percebi que apesar das diferenças culturais e da distância, o amor é o mesmo em todos os lugares e que muitas pessoas precisam do básico para sua subsistência, mas precisam mais ainda de carinho e afeto. Aprendi que posso fazer mais do que tenho feito".