O Projeto Rondon é o maior projeto de extensão universitária do País e agora tem seus trabalhos desenvolvidos no oeste do Paraná de 16 de janeiro a 2 de fevereiro, com sua base de operações no 33º Bimec e com apoio da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).
A cerimônia de abertura será às 11h desta sexta-feira (17), no auditório do câmpus de Cascavel.
O projeto, promovido pelo Ministério da Defesa, é uma ação do governo federal realizado em parceria com os governos estadual e municipal, com as instituições de ensino superior, a Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e a 33ª Brigada de Infantaria Mecanizada, e tem como objetivo principal consolidar o sentido de responsabilidade social, contribuindo no âmbito de extensão da formação acadêmica e permitindo também, o contato com a realidade brasileira.
Essa é a primeira vez que a região oeste recebe o Projeto Rondon.
Nessa operação, nomeada Yaguaru, as instituições desenvolverão ações de extensão que cooperam para cidadania, bem-estar social e desenvolvimento local sustentável, visando à qualidade de vida nos municípios visitados. As atividades serão realizadas em cerca de 20 municípios do Estado, todos selecionados pela Amop, sendo que três municípios receberão equipes da Unioeste.
Unioeste
A Unioeste estreou sua participação no projeto Rondon em 2005 na Operação Amazonas. Desde então, até o ano passado, 414 acadêmicos e docentes da universidade participaram, todos os anos, nas mais diversas operações.
Esse projeto é desenvolvido com trabalho voluntário, nas férias escolares, durante duas semanas. Cada município recebe duas equipes que desenvolvem atividades, sendo uma do Conjunto A, que tem como temas principais direitos humanos e justiça, cultura, educação, e saúde, e outra do conjunto B, que envolve comunicação, tecnologia e produção, meio ambiente e trabalho.
Por ser o maior projeto de extensão do País, o Projeto Rondon garante que o acadêmico tenha a oportunidade de vivenciar experiências diferentes relacionadas aos mais variados âmbitos: social, cultural, histórico, gastronômico e étnico.
Nessa edição, três equipes da Unioeste foram selecionadas, duas para o Conjunto A e uma para o Conjunto B. Os destinos serão as cidades de Braganey, Jesuítas e Tupãssi.
A coordenadora-geral do projeto, Adriane Martinez, afirma que as equipes são multidisciplinares, abrangendo quase todos os cursos de graduação e contemplando todas as áreas do conhecimento. “A grande importância que o Projeto Rondon representa para a formação acadêmica fica explícita quando os acadêmicos rondonistas voltam de suas operações e declaram que foi a maior experiência universitária de suas vidas. Ser rondonista é vivenciar a extensão universitária em sua totalidade”.
- Conjunto B – responsável pelos temas: Tecnologia e Produção, Comunicação, Meio Ambiente e Trabalho. Serão realizadas oficinas teóricas, práticas e atividades culturais.
- Conjunto A – responsável por temas que abrangem Saúde, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, e Educação. Serão realizadas oficinas práticas, teóricas e atividades culturais.
Operação no Município de Braganey
A Unioeste teve três equipes selecionadas na Operação Yaguaru. Uma delas é pertencente ao Conjunto B que vai para o município de Braganey. O coordenador da equipe, professor do curso de Administração Wanderson Gresele, afirma que a importância do Projeto Rondon é a extensão caminhar com o processo de ensino do acadêmico: “A expectativa é sempre a melhor possível. As atividades que serão realizadas são organizadas de acordo com a própria necessidade da comunidade local. A importância é colocar o acadêmico em atividade com a comunidade, entender as demandas dela, e não ficar isolado apenas na universidade”.
Cada equipe é composta por dez rondonistas, sendo oito acadêmicos e dois docentes. Acadêmica de Nutrição em Francisco Beltrão, Maiára Ziliotto conta que é gratificante ter sido selecionada para um projeto de tamanha importância: “Sempre gostei de ajudar, acredito que o Projeto Rondon vai me fazer crescer muito na vida acadêmica, e mais ainda como pessoa”.
Já a acadêmica de Fisioterapia do câmpus de Cascavel Cintia Festinalli já teve contato com o projeto. Em 2018, ela participou na seletiva regional da Unioeste em parceria com a UEPG. “O Rondon encanta de todas as formas principalmente ao acadêmico, que tem essa visão da extensão da faculdade, desse voluntariado com as pessoas. Você acaba se redescobrindo”.
Serão realizadas oficinas das mais diversas áreas: oratória, saneamento básico, coleta seletiva, gestão, turismo local, educação financeira, empreendedorismo, orientação vocacional, informática básica, técnicas de produção rural, entre outras.
Operação no Município de Tupãssi
Uma das equipes da Unioeste, do Conjunto A, vai para Tupãssi. O coordenador da equipe, professor Nilceu Deitos, afirma que o Projeto Rondon é de extrema importância: “É uma experiência de poder oferecer para a comunidade aquilo que a academia nos ensina. É essencial tanto para os professores, quanto para os alunos. Eles já aprenderam bastante e agora poderão oferecer esse conhecimento para comunidade”.
O professor ressalta que a expectativa é de que o projeto traga resultados positivos para o desenvolvimento regional. “Para nossa região é excepcional, porque contempla os municípios que não têm IDH muito expressivo. Todo projeto de extensão, quando é desenvolvido na comunidade, tende a propiciar avanços para a própria comunidade”.
Acadêmico de Filosofia do câmpus de Toledo, Fábio Semençato conta que o Projeto Rondon começa a partir do momento que o acadêmico se permite ter essa experiência. “Essa permissão dá uma abertura para o desconhecido. A maior expectativa é sempre desenvolver tudo o que planejamos e fazer acontecer, mas a gratificação de fazer parte do projeto começa muito antes”.
Serão realizadas oficinas das mais diversas áreas: terceira idade, artesanato, manejo sanitário, primeiros socorros, empreendedorismo, práticas de alimentação e manejo, meio ambiente, entre outros.
A professora Ana Karine Braggio é subcoordenadora da equipe e conta que desde julho os professores coordenadores e subcoordenadores, estão pesquisando sobre os municípios participantes e pensando em propostas adequadas às necessidades. “Certamente faremos um excelente trabalho. O Projeto Rondon desafia professores e alunos a demonstrarem o seu melhor, usando conhecimento, criatividade e sociabilidade”.
Projeto Rondon vai ao município de Jesuítas
Uma das três equipes da Unioeste, do Conjunto A, vai para Jesuítas. A coordenadora da equipe, Adriane Martinez, conta que os projetos são ajustados para a necessidade do município. “Nós temos uma expectativa de que conseguiremos fazer o trabalho dentro do que está previsto nos objetivos da proposta. É só aguardar para colocar em prática aquilo que foi elaborado”.
As equipes foram escolhidas pelos professores que participarão das viagens. Os alunos enviaram suas propostas e com base nelas e nas possibilidades de contribuições com o Projeto, foi traçado um perfil de atuação de cada um.
Junior Cunha, acadêmico de Filosofia do câmpus de Toledo, conta que participar do Projeto Rondon provoca um misto de sentimentos: “Logo que entrei para a graduação eu me apaixonei pela extensão. Participei ativamente de projetos de extensão desde o meu primeiro ano. É algo que está muito entranhado em mim, e não tinha como me formar sem participar do, quiçá, maior projeto de extensão do Brasil”.
Serão realizadas oficinas das mais diversas áreas: violência doméstica, organização de eventos, canto coral, educação alimentar, dança de rua, agrotóxicos, plantas medicinais, artesanato, empoderamento feminino, diversidade, entre outras.