Infraestrutura

Trincheira do Cascavel Velho: Obra pode sair do papel apenas em 2031

Trincheira do Cascavel Velho: Obra pode sair do papel apenas em 2031

Um sonho antigo dos moradores, reivindicado desde 2010 para a melhoria da mobilidade urbana da região Sul da cidade, a obra da nova trincheira do Cascavel Velho pode demorar um pouco mais para sair do papel. Como a BR-277 passou a ser de responsabilidade da empresa EPR, que é a concessionária que venceu a licitação e que voltou a cobrar o pedágio na rodovia após quatro anos, ela também passa a ser responsável pelas obras no trecho e, neste “combo”, entra a trincheira.

Com o novo viaduto, mais de 65 mil moradores da região Sul, que aguardam há anos pela obra, seriam beneficiados. A EPR, por meio de nota, disse que reconhece a importância da obra para a população e afirma que ela está prevista no contrato de concessão, com entrega programada para o sexto ano, ou seja, apenas em 2031. A empresa também informou que mantém diálogo constante com a comunidade e com as autoridades, destacando a validade do projeto apresentado pelo Município.

Mesmo assim, o projeto ainda precisa passar por algumas adequações e ajustes para atender às exigências da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A notícia não agradou os moradores, que pedem que a concessionária utilize os recursos do Estado para realizar obras na trincheira do Cascavel Velho, que ligaria as ruas Munique e Waldemar Casagrande, na região do lago, já que no meio delas passa a BR-277.

Ligação valiosa

A construção de uma trincheira no local, ou de um viaduto, seria a solução para ligar essas duas regiões da cidade e evitar muitos problemas de trânsito, inclusive graves acidentes que ocorrem neste ponto e, principalmente, no Trevo do Portal, o principal acesso, que não atende totalmente às necessidades do fluxo intenso de veículos da rodovia. Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 10 acidentes, com 13 feridos e uma vítima fatal. No mesmo período do ano passado, foram 24 acidentes, com 24 feridos.

De acordo com o secretário municipal de Serviços e Obras Públicas, Severino Folador, como a EPR assumiu a rodovia, o projeto teve que ser repassado do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que já deu a anuência no projeto. Porém, como a concessão prevê pavimento com durabilidade de 20 anos, parte do projeto teve que ser refeito e repassado à EPR, que vai encaminhá-lo à ANTT.

“Sendo aprovado o projeto pela ANTT, vamos pedir para fazer com o dinheiro do Governo do Estado, e o prefeito Renato Silva também está pedindo à concessionária que antecipe esta obra, que é bastante importante”, disse ele. Folador falou ainda que eles estão seguindo duas linhas de trabalho, mas que a obra não vai impactar no processo de duplicação, até porque ela foi planejada com este propósito.

“O projeto foi bem executado, mas a única questão é que obras, pelo contrato da concessionária, serão apenas a partir do sexto ano. Então, vamos tentar antecipar para utilizar o valor do Governo do Estado, que já tinha liberado esse recurso, já que é uma questão de ajuste de projetos e anuência da ANTT”, disse ele, reforçando ainda que a construção de um viaduto, trincheira ou qualquer outra solução arquitetônica não comprometeria uma eventual duplicação da rodovia, caso ela venha a ocorrer no futuro.

Projeto e recursos aprovados

Em fevereiro deste ano, o Município anunciou que o projeto havia sido aprovado pelo DNIT e que o recurso, na ordem de R$ 20 milhões, já estava garantido pelo Estado. O impasse que impedia a obra era uma autorização do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que, após análise do projeto da Prefeitura, deu parecer favorável à construção do viaduto sobre a BR-277. Na época, o prefeito Renato Silva disse que, com essa liberação, a obra já poderia ser licitada. “Estamos trabalhando para iniciar a licitação o mais breve possível e executar o viaduto”, disse na ocasião.

A implantação deste dispositivo importante está prevista no Plano de Ação Imediata do Trânsito e no Plano de Mobilidade Urbana da cidade. Ainda em 2023, a comunidade local se mobilizou e reuniu cerca de 5 mil assinaturas dos moradores, reivindicando a implantação da trincheira.