Agronegócio

Safrinha de milho tem quebra de 30%; soja, de 5%

De acordo com os dados deste mês, adversidades climáticas como a seca e, mais recentemente, as geadas, impactaram no desenvolvimento das principais culturas do Estado, como o milho e o feijão

Safrinha de milho tem quebra de 30%; soja, de 5%

O relatório mensal do Deral (Departamento de Economia Rural) indica que a safra 2020/2021 no Paraná deve gerar um volume de 38,6 milhões de toneladas de grãos em uma área de 10,4 milhões de hectares, queda de 6% sobre o produzido na safra 2019/2020, em uma área 3% maior.

De acordo com os dados deste mês, adversidades climáticas como a seca e, mais recentemente, as geadas, impactaram no desenvolvimento das principais culturas do Estado, como o milho e o feijão. Essas dificuldades também resultaram em um alto custo de produção para os agricultores.

Além da seca, a redução das expectativas de produção decorre do atraso na semeadura da safra de soja e na semeadura da safrinha de milho.

Prejudicada pela falta de chuvas em praticamente todo o ciclo vegetativo, a segunda safra de feijão deve render 38% menos na produção, comparado às 502 mil toneladas previstas no início da safra. Agora, estima-se um volume de 310 mil toneladas.

Quanto à segunda safra de milho, é esperada a produção de aproximadamente 10,3 milhões de toneladas, redução próxima de 4,4 milhões com a estimativa inicial, perda de 30%. A quebra na safra de milho deve-se principalmente à estiagem que atinge o Estado, com chuvas irregulares e ausência de chuvas nos períodos críticos para o desenvolvimento das plantas.

O plantio do trigo avançou para 58% nesta semana, percentual dentro da média para o mesmo período nos cinco últimos anos. A projeção de área foi revista para 1,17 milhão de hectares, ante 1,16 milhão registrado no levantamento do mês de abril. Caso essa estimativa se confirme, será um aumento de 4% sobre a safra anterior, com potencial para gerar uma produção de 3,8 milhões de toneladas, 22% superior. Neste período, as geadas não prejudicam a cultura do trigo.

O volume de soja esperado para a atual safra é de 19,8 milhões de toneladas, 5% menor do que na safra 2019/2020, situação decorrente da seca e do atraso no plantio. A quebra de 800 mil toneladas é compensada pelos preços, segundo o economista do Deral Marcelo Garrido. Em maio, a saca de 60 kg de soja foi comercializada, em média, por R$ 159,74, valor bastante próximo do praticado em abril. Na comparação com maio do ano passado, por outro lado, o crescimento é de 70%.

A área está estimada em 5,6 milhões de hectares, 2% maior comparativamente ao ciclo anterior. Aproximadamente 72% do produto está comercializado, índice menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, de 83%, mas ainda assim considerado elevado para o momento.

A projeção relativa à segunda safra de soja, destinada principalmente à produção de sementes, também foi afetada pela seca. Se, no começo do ciclo, esperava-se um volume de 110 mil toneladas, agora a expectativa está próxima a 95,8 mil toneladas. A área está estimada em 38,8 mil hectares, 2% menor.