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Revisão indica recuo, mas número de jovens nem-nem continua elevado

São Paulo (SP) - 21/07/2023 - Relatório Education at a Glance, de 2022, mostra que o Brasil é o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e nem trabalham, os chamados nem-nem. O país fica atrás apenas da África do Sul. Na faixa etária considerada no relatório da OCDE, 36% dos jovens brasileiros estão sem trabalho. 
Foto:Paulo Pinto/Agencia Brasil
São Paulo (SP) - 21/07/2023 - Relatório Education at a Glance, de 2022, mostra que o Brasil é o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e nem trabalham, os chamados nem-nem. O país fica atrás apenas da África do Sul. Na faixa etária considerada no relatório da OCDE, 36% dos jovens brasileiros estão sem trabalho. Foto:Paulo Pinto/Agencia Brasil

Brasília – O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou quinta-feira (30) nota corrigindo estimativa divulgada esta semana sobre jovens que não estudam, nem trabalham, mais conhecidos como jovens “nem-nem”. De acordo com a pasta, no primeiro trimestre de 2024, o número de jovens entre 14 e 24 anos nessa condição ficou em 4,6 milhões. Um recuo de 0,95% em relação ao mesmo trimestre de 2023, quando 4,8 milhões de jovens não estavam estudando, trabalhando e nem procurando trabalho.


O balanço inicial indicava aumento nesse indicador, o que agora foi corrigido. A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, disse que as mulheres jovens são as que mais enfrentam obstáculos. O trabalho doméstico e a sobrecarga do cuidado familiar contribuem para que muitas delas entrem mais tarde no mercado de trabalho.


Para tentar diminuir o universo de jovens que deixam o ensino médio, o governo federal lançou recentemente o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem essa etapa do ensino. O programa prevê o pagamento de incentivos anuais de R$ 3 mil por beneficiário, chegando a até R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio, com o adicional de R$ 200 pela participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na última série. Mas, segundo Paula Montagner, os efeitos mais significativos desse programa entre os jovens só poderão ser sentidos nos próximos anos.

Ocupação e desocupação
Cerca de 17% da população brasileira é formada por jovens entre 14 e 24 anos, que somam 34 milhões de pessoas. Desse total, 14 milhões de jovens tinham uma ocupação no primeiro trimestre deste ano. Dentre os jovens ocupados, 45% estavam na informalidade, o que corresponde a 6,3 milhões de indivíduos. Essa porcentagem, segundo Paula Montagner, é maior do que a média nacional, atualmente em 40%.


“A informalidade tem a ver com o fato dos jovens trabalharem predominantemente em micro e pequenas empresas. Jovens que vão muito cedo para o mercado de trabalho e não vão na condição de aprendizes; na maioria das vezes não têm uma situação de contratação formalizada. Quase sempre eles estão trabalhando como assalariados, sem carteira de trabalho assinada, porque o empregador, por vezes, fica na dúvida se o jovem vai, de fato, desempenhar corretamente as funções, se ele vai gostar do emprego ou não. Então, eles esperam um tempo um pouquinho maior para formalizá-los”, explicou.

Já os jovens que só estudam somam 11,6 milhões de pessoas e o número de desocupados nessa faixa etária chegou a 3,2 milhões em 2024.

Aprendizes e estagiários
O levantamento também apontou que houve, recentemente, um crescimento no número de aprendizes e de estagiários no país. No caso dos aprendizes, só entre os anos de 2022 e 2024 houve um acréscimo de 100 mil jovens que passaram para a condição de aprendizado. Em abril deste ano eles já somavam 602 mil, o dobro do que havia em 2011.


Já em relação aos estágios, o crescimento foi 37% entre 2023 e 2024, passando de 642 mil adolescentes e jovens nessa condição para 877 mil neste ano. Para Rodrigo Dib, da superintendência institucional do CIEE, os resultados dessa pesquisa “mostram que a empregabilidade jovem é um desafio urgente para o Brasil”.


“Precisamos incluir essa faixa etária no mundo do trabalho de maneira segura e de olho no desenvolvimento desses jovens a médio e longo prazo”, disse. “São jovens que não tem oportunidades e estão tão desesperançosos que não estão buscando uma oportunidade para dar o primeiro passo na carreira profissional”.


Paula Montagner entende que, para aumentar a inserção produtiva do jovem no mercado de trabalho, é preciso, primeiramente, elevar a escolaridade desse público. “Ele precisa estudar, elevar a escolaridade e ampliar sua formação técnica e tecnológica”, afirmou.
“A gente precisa também reforçar as situações de estágio e aprendizado conectado ao ensino técnico e aos cursos profissionalizantes não só para o jovem buscar uma inserção para sobreviver, mas para ele criar um acúmulo de conhecimento que permita que ele desenvolva uma carreira, para que ele encontre áreas de conhecimento que são do seu interesse”, acrescentou a subsecretária.

Comércio: Índice de confiança recuou 4 pontos após duas altas consecutivas

O Icom (Índice de Confiança do Comércio), divulgado nesta semana, ainda antes do feriado de Corpus Christi pelo FGV IBRE, recuou 4,0 pontos em maio, chegando a 91,5 após duas altas consecutivas. Com relação às médias móveis trimestrais, o índice manteve alta pelo sexto mês consecutivo, apresentando 0,7 pontos, batendo 92,5 pontos percentuais.


De acordo com dados do relatório, em sua terceira variação positiva consecutiva o Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 0,1 ponto, chegando a 93,0 pontos, mantendo-se no maior nível desde outubro de 2022. Segundo Geórgia Veloso, economista especialista do FGV IBRE, a queda da confiança do comércio, em maio, devolve parte dos ganhos obtidos nos próximos meses — e é observada de uma maneira muito difusa.


Por sua vez, o indicador sobre as perspectivas de vendas nos próximos três meses caiu 0,5 pontos, chegando a 92,0 pontos percentuais após duas altas consecutivas. Ainda segundo o estudo, as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançaram 0,8 pontos, chegando em 94,2 pontos percentuais, o maior nível desde setembro de 2022 — quando registrava 96,9 pontos.


Já o ISA-COM (Índice de Situação Atual) caiu 7,9 pontos, chegando a 90,6 pontos percentuais, demonstrando resultados negativos em ambos os indicadores que o compõem: o indicador que avalia o volume de demanda atual, que chegou a 90,8 pontos percentuais. E as avaliações sobre a situação atual dos negócios, que variaram negativamente em 7,2 pontos após três altas consecutivas — chegando a 90,6 pontos percentuais.