Cotidiano

Protestos de camponeses deixam dois mortos na Colômbia

LA PAZ – Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira na Colômbia no quarto dia de protestos por melhorias agrárias em que participaram mais de 30 mil manifestantes em vários pontos do país, informaram fontes oficiais e de entidades indígenas.

“Morreram dois indígenas durante a jornada de protesto. Estão sendo estudadas todas as linhas de investigação. Não temos evidência, até o momento, de que as mortes sejam por atos da Força Pública”, indicou em sua conta no Twitter o ministério da Defesa, citando seu titular Luis Carlos Villegas.

O Ministério da Defesa confirmou que cinco indígenas e um menor de idade também ficaram feridos, entre eles três que estavam manipulando artefatos explosivos que utilizavam nos protestos.

Acrescentou que 31 policiais ficaram feridos e anunciou que “a Força Pública vai oferecer recompensas para quem ajudar a esclarece os fatos violentos que culminaram com a morte de civis e com feridos graves entre o pessoas uniformizado”.

Os indígenas Gersain Cerón e Marco Aurelio Diaz, do município de Caldono, no departamento de Cauca, onde foram aconteceram os maiores distúrbios, morreram pelo impacto de balas durante enfrentamentos com a polícia, informou a Organização Nacional de Indígenas da Colômbia (ONIC).

As manifestações iniciadas na segunda-feira deixaram mais de 135 feridos, segundo um comunicado da ONIC, que denunciou ataques de policias e militares com gás lacrimogêneo e armas não convencionais.

O protesto busca melhorias para o setor e denuncia o suposto não cumprimento de acordos para a Colômbia agrícola e rural alcançados com o governo de Juan Manuel Santos depois de paralisações de forte impacto em 2013 e 2014.

A Cúpula Agrária, que reúne movimentos sociais de indígenas, camponeses e afrodescendentes, protesta contra o aumentos das importações de alimentos, que atribuem principalmente aos tratados de livre comércio assinados com Estados Unidos e Europa que, segundo afirmam, competem com a produção local. Também alegam altos índices de pobreza rural e a falta de terras para cultivar, entre outras reclamações.

O governo classificou de injusto o protesto dos camponeses e insistiu em seu chamado para dialogar antes de continuar os protestos.

Nesta quinta-feira viajaram para Cauca os ministros do Interior, Juan Fernando Cristo; do Ambiente, Luis Gilberto Murillo; de Minas, Germán Arce; e de Pós-conflito, Rafael Pardo, para tratar de negociar una saída para a paralisação camponesa.