Cotidiano

Pessimismo: Ano de 2016 será difícil e de desemprego

Resultado de estudo da Fiep e Sebrae é compartilhado por empresários da região

Marechal Cândido Rondon – Pesquisa da Fiep, Federação das Indústrias do Paraná, mostra que empresários e industriais do Estado estão pessimistas quanto à performance da economia para o ano de 2016. Mais de 54% dos entrevistados dizem que estão esperando um ano difícil, de retração e de enxugamentos.

O indicador favorável, de 32,8%, é o menor dos últimos 19 anos e pela primeira vez está abaixo dos 50%.

“O grande temor é com o desemprego”, diz o presidente da Caciopar, Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná, Sergio Marcucci, que é de Marechal Cândido Rondon.

Os dados são da 20ª Sondagem Industrial, realizada anualmente pela Fiep em parceria com o Sebrae. Fatores que contribuem, de acordo com o superintendente da Fiep Reinaldo Tockus para a diminuição da expectativa são: aumento da dívida interna que superou os R$ 2,5 trilhões em outubro; o crescente endividamento externo, que superou os US$ 350 bilhões, contraído em grande medida para fomento ao consumo interno e não para realização de investimentos”, aponta Reinaldo.

Além disso, segundo ele, a taxa de investimentos atingiu apenas 18,1% do PIB e a de poupança 15%, no terceiro trimestre deste ano.

“Junte-se a isso a queda do PIB de 3,2% nos primeiros três trimestres, o rebaixamento e perda do grau de investimento do Brasil, a inflação acima de 10% e a instabilidade política”, são fatores que contribuíram para o cenário.

Carga tributária é maior vilã

O empresariado paranaense aponta vários empecilhos para enfrentar a concorrência no mercado interno: a carga tributária elevada continua como a campeã, com 78,19%; seguida dos encargos sociais elevados com 66,78%. Além disso, dificultam o bom andamento das indústrias, o custo financeiro elevado com 55,70%, custo elevado de fabricação (40,27%), elevados custos de distribuição (35,91%), e mão de obra não qualificada (24,83%). A atual política penaliza todo setor produtivo.

Competitividade

Entre as estratégias das empresas em relação à concorrência nacional e internacional, 65,44% optarão por enxugar custos e 49,66% apostam na qualificação de pessoal, aponta pesquisa Fiep/Sebrae.

 Os empresários investirão em 2016 em melhoria de processo (31,54%), em desenvolvimento de produtos (31,54%) e em aumentos de produtividade (27,18%) com o objetivo de recompor o nível de produtividade.

Para 43,96% dos industriais paranaenses, os aumentos de produtividade em 2015 têm origem no melhor gerenciamento de pessoal e na modernização tecnológica (41,61%). Os investimentos em modernização tecnológica estão vinculados quase sempre à utilização de máquinas e equipamentos modernos (63,09%) e são reflexo da continuidade de melhoria de produtividade e na expansão do mercado doméstico.

Os industriais paranaenses, ainda segundo a apuração, (46,31%) dizem ser de extrema importância ampliar a educação de seus funcionários. As empresas dedicam 28,96 horas em média por funcionário no ano em treinamento para absorção de novas tecnologias (78,86%). Destas, 31,90 horas, na área operacional, 28,81 na administrativa e 41,01 na gerencial. As formas para treinamento mais utilizadas são treinamento no próprio trabalho (31,04%), cursos internos (28,32%) e Senai, Senac, Sesi, Sesc, Sebrae, etc (26,24%).

Infraestrutura e tecnologia

Apenas os aeroportos continuam avaliados positivamente por maioria relativa. Ferrovias, rodovias, telefonia, energia elétrica e infraestrutura urbana foram reprovados e os portos tiveram avaliação neutra. Parte das indústrias (39,18%) tem pesquisa e desenvolvimento próprios, 13,15% absorvem tecnologia do Brasil e 13,7% utilizam tecnologia do exterior e outras 9,86% recorrem a universidades em busca de conhecimentos, parcerias, novas tecnologias ou inovações.