A Associação Comercial e Industrial de Cascavel é uma das entidades que, ao lado do POD, da Caciopar, da Amop e de muitas outras, defendem a adoção de um modelo mais justo e equilibrado na nova concessão de rodovias no Paraná. A Acic entende que a região e o Estado não podem seguir pagando um dos mais caros pedágios do mundo sob o risco de prejuízos sérios à economia e ao futuro do processo de desenvolvimento principalmente do oeste.
Por isso, diz o presidente da entidade, Michel Lopes, a Acic se posiciona por um pedágio pela menor tarifa e diz não ao modelo híbrido e à outorga onerosa. “Não queremos nenhum tratamento especial ou diferenciado, buscamos apenas ser tratados como outros estados da Federação, nos quais as tarifas de pedágio são muito menores e não interferem, como acontece no Paraná há 23 anos, na competitividade de suas produções”, reforça Michel.
A entidade prega também o início de obras no início dos contratos e o menor degrau tarifário quando das duplicações.
A Acic tem como defesa um outro ponto considerado fundamental no debate: a inclusão do Contorno Norte de Cascavel nas obras de melhorias previstas no contrato da futura concessionária (ou concessionárias) de rodovias na região. “O Contorno Norte é uma obra indispensável e que a comunidade regional não pode abrir mão. Ela terá por função ligar as BRs 277, 369 e 467, tirando, assim, o tráfego pesado do perímetro urbano de Cascavel”.
Acompanhe, a seguir, a íntegra da Carta da Acic sobre o Pedágio e as novas concessões rodoviárias no Paraná:
Primeira audiência da Alep sobre pedágios foi no prédio da Acic, em Cascavel
Caminhões, máquinas e tratores em frente à Acic. Protesto pacífico de quem produz e move a alavanca da economia
“Carta da Acic sobre o novo pedágio
O respeito ao contraditório e o fomento ao bom debate é dever em uma democracia plena. A Associação Comercial e Industrial de Cascavel sempre pautou e jamais se omitiu de participar de temas estratégicos e de defender bandeiras para a cidade e a região. Mais uma vez estamos diante de um tema de grande clamor popular, o pedágio, que envolve melhorias e duplicações necessárias principalmente para dar mais segurança a quem trafega pelas rodovias que cortam a região. Se já tivéssemos obras há muito reivindicadas muitas mortes poderiam ter sido poupadas, principalmente na BR-277.
Convivemos há 23 anos com o pesadelo de um modelo equivocado de pedágio em nosso Estado e temos a obrigação de mudar isso a partir de novembro, na Bolsa de Valores, com a nova concessão das rodovias paranaenses. O contexto do novo edital está desenhado, mas sob a ótica empresarial precisa de significativos ajustes para assim alcançarmos um modelo próximo do ideal. Queremos construir isso em conjunto com nossas autoridades e com todos os paranaenses.
Precisamos demonstrar o que vêm acontecendo para que mais pessoas entendam melhor o assalto que aconteceu no Paraná. Esse custo logístico simplesmente ceifou muitos investimentos e muitas empresas na região. Para alguns veículos em vários trechos, o custo do pedágio é maior que o valor desembolsado com o combustível.
Agora, pergunta-se: esse dinheiro arrecadado pelas concessionárias foi revertido em grandes melhorias e obras? NÃO. Simplesmente arrecadaram e levaram enormes somas a outros cantos do mundo. Estamos falando da maior tarifa praticada no Brasil e uma das maiores do planeta e sem qualquer investimento em obras, somente promessas vazias e eleitoreiras. Esse é o legado do pedágio no Paraná!
A nossa população, as nossas empresas e os produtores rurais não aguentam mais essa situação. E como estamos prestes de uma nova licitação, uma nova concessão de rodovias por 30 anos, queremos e temos todo o direito de ser ouvidos e atendidos. Não somos contra a concessão. Somos contrários aos preços abusivos praticados. Temos inúmeros exemplos, em todas as partes do mundo, que não condizem com o que foi praticado no Paraná até hoje.
São três pontos fundamentais nesse processo que precisam ser respeitados: 1) licitação pelo menor preço e jamais pelo modelo híbrido apresentado; 2) duplicação nos primeiros anos da concessão, e 3) menor degrau tarifário quando da duplicação.
Por fim, precisamos pensar em Cascavel, cidade polo e o grande entroncamento logístico da região Oeste. É sabido que toda produção passa por nossa cidade e caso não tenhamos os tão sonhados contornos haverá problemas e as novas conquistas de nada adiantarão – Trevo Cataratas, duplicação até o trevo de São João e duplicação do Contorno Oeste.
Estamos prestes a privatizar a Ferroeste e esse modal se tornará o principal meio de escoamento da produção nos próximos anos e, com isso, provavelmente, teremos grandes problemas logísticos no entorno de Cascavel. Por isso, precisamos do Contorno Norte, ligando as BRs 467, 369 e 277, tirado tráfego de dentro da cidade. Todo esse entendimento faz parte de uma construção e alinhamento com todas as entidades do Oeste, lideradas pelo Programa Oeste em Desenvolvimento e Caciopar.
A Acic, juntamente com o G8 e o Codesc, busca representar tecnicamente a população e defender direitos perante a esse que será um dos grandes legados deixados para as próximas gerações. É o futuro do Oeste do Paraná que está em jogo e precisamos do apoio de toda comunidade e de pessoas de bem para lutarmos pelo que é justo”.
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