Cotidiano

Leitos para internamento de alcoólatras do SIM-PR estão desativados

A falta de repasses do governo federal impede o internamento de pacientes

Cascavel – O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo foi celebrado nesta semana, mas apesar dos esforços que são mantidos em Cascavel para que as pessoas com o vício sejam atendidas, há muito ainda que avançar nos serviços públicos.

A falta de repasses do governo federal impede o internamento de pacientes que sofrem com o alcoolismo nas Unidades de Acolhimento no SIM-PR (Serviço Integrado de Saúde Mental). A estrutura dispõe de 40 leitos, porém todos permanecem desativados.

“A nossa expectativa é que até o mês de março haja a publicação da portaria autorizando repasses mensais ao CAPs AD3 [Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas]. Com isso, poderemos ampliar a equipe e ter condições de realizar o internamento”, afirma a diretora do SIM-PR Maria Vilma Aguirre.

A expectativa com a publicação da portaria é de que o governo federal repasse R$ 105 mil. Ao todo, o SIM-PR necessita de R$ 237 mil para garantir o pleno funcionamento. Atualmente há liberação de R$ 77 mil por parte do Estado e R$ 55 mil da União.

A diretora do SIM-PR afirma que o tratamento de maior complexidade é o que envolve pessoas alcoólatras.

“Normalmente são pacientes que demoram a reconhecer a doença e buscar ajuda. Além disso, as bebidas têm o custo baixo, livre acesso para compra e são portas para o envolvimento com outras drogas”, ressalta.

De 256 pacientes que recebem acompanhamento no SIM-PR, 60% são por problemas decorrentes do alcoolismo.

“A maioria dos casos é de pessoas com 45 anos e que há 20 anos mantém o vício”, lembra Maria Vilma.

O tratamento aos pacientes que são levados ao local ocorre de acordo com a gravidade dos casos.

“É preciso observar se o grau é leve, moderado ou grave, como é uso e a constância da bebida alcoólica e o controle da família”, explica a diretora.

Sem a possibilidade de internamento no SIM-PR, o apoio das famílias é essencial para que o paciente prossiga com os acompanhamentos diariamente.

“Também é exigido à pessoa que têm o vício participar de outros programas como o AA e as famílias devem frequentar reuniões semanais, onde a cada encontro trabalhamos um diferente assunto”, acrescenta Maria Vilma.

A equipe multidisciplinar é formada por médico clínico, psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, terapeuta ocupacional, educador físico e artesã. A rotina de atividades é definida por grupos terapêuticos. Além do acompanhamento médicos, pacientes têm oficinas de produção artesanal e aulas de dança.

(Com informações de Romulo Grigoli)