
O texto pede para enfatizar nos contatos com ?interlocutores locais? que ?o processo de impeachment tem natureza eminentemente política e não se confunde com um julgamento penal?, concluindo: ?Essa é a natureza do impeachment em todos os países democráticos que acolhem em suas legislações esse instituto, e não apenas no Brasil?.
A circular cita como ?avaliação equivocada? uma declaração do secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, que diz que ? a presidente só pode ser processada e destituída – revogando mandato popular que a elegeu – por faltas criminais e quando se comprova sua participação dolosa ativa?.
A circular classifica como ?descabidas? afirmações nesse sentido. Isso porque o objetivo do impeachment é “investigar – e sancionar – ocupantes de funções públicas aos quais se impute o cometimento de infrações político-administrativas, e não de crimes comuns”. Em nenhum momento, é citada a palavra golpe.
O texto começa dizendo, inclusive, que é de conhecimento dos embaixadores que “órgãos de imprensa, acadêmicos e membros da sociedade civil, mas também dirigentes de organismos internacionais e representantes de governos, têm-se manifestado, frequentemente de forma imprópria e mal informada, a respeito de questões da conjuntura política interna brasileira, em especial do processo de impeachment”.
“Declarações vagas e sem fundamento sobre a inobservância da legislação brasileira, sobretudo emanadas de autoridades governamentais ou de dirigentes de organismos internacionais, precisam ser enfrentadas com rigor e proficiência, a fim de evitar que continuem a fomentar dúvidas infundadas sobre a lisura do processo político no Brasil”, diz outro trecho da circular.
Para que os diplomatas brasileiras possam contestar avaliações negativas em relação ao impeachment, o Itamaraty encaminhou uma lista de documentos e declarações proferidas por parte dos dirigentes de organismos internacionais e outros governos estrangeiros.