Foz do Iguaçu – A Itaipu Binacional autorizou na sexta-feira (29), em cerimônia no hall do Edifício de Produção da hidrelétrica, o início dos trabalhos para o mais abrangente plano de atualização tecnológica das unidades geradoras desde que a usina entrou em operação, há 37 anos. O contrato prevê 14 anos de serviços e US$ 649 milhões em investimentos. A atualização será executada pelo CMI (Consórcio Modernização de Itaipu), vencedor da licitação binacional, formado por empresas brasileiras e paraguaias.
A ordem para o início dos trabalhos, com prazo a partir do dia 23 de maio, foi assinada pelos diretores-gerais de Itaipu, Anatalicio Risden Junior (Brasil) e Manuel María Cáceres Cardozo (Paraguai), e pelos coordenadores gerais do Comitê Gestor do Plano de Atualização Tecnológica, Renata de Biasi Ribeiro Tufaile e Federico Zacarias González.
Manuel María Cáceres Cardozo destacou que a atualização tecnológica constitui um dos feitos mais significativos da história da empresa depois da construção da central hidrelétrica, nos anos 1970 e 1980. “A atualização vai permitir que a usina binacional mantenha os altos níveis de produtividade e siga na vanguarda da produção de energias renováveis”, declarou.
O ministro Carlos França lembrou que no próximo dia 1º de maio completa um ano como integrante do Conselho de Administração. “Foi uma longa caminhada que se pudesse chegar a esse momento”, disse o ministro. “Itaipu dá hoje um novo passo na linha de frente tecnológica para se manter como referência mundial em rendimento, em produtividade e, acima de tudo, como elemento crucial para a promoção do desenvolvimento sustentável e da amizade entre Brasil e Paraguai”, completou.
O diretor técnico executivo de Itaipu, David Krug, mencionou que a modernização da usina é resultado de um amplo planejamento, que começou no início dos anos 2000 e passou por várias fases. Segundo ele, o investimento é necessário porque muitos equipamentos ainda são analógicos ou tecnologicamente defasados, operando há quase 40 anos. Em alguns casos, o fabricante não existe mais, impossibilitando a reposição de peças. “Quando eu atualizo a usina, elimino essa questão da sobressalência [de peças]”, disse ele. “O grande ganho é esse: eu trago a usina para uma nova situação de tecnologia e de eficiência dos processos de operação e manutenção.”
Como vai ser
O plano de atualização tecnológica contempla a substituição dos sistemas de controle e proteção das 20 unidades geradoras de Itaipu, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem, de toda a fiação de força e controle desses dispositivos, além do sistema de medição e faturamento da usina.
Também estão previstos no contrato a elaboração do projeto executivo, o fornecimento de todos os equipamentos e sistemas, os serviços de desmontagem e montagem eletromecânica, a realização dos treinamentos e a execução de obras que sejam eventualmente necessárias.
Por terem um ciclo de vida maior, os grandes equipamentos eletromecânicos da usina, como turbinas e geradores, não serão substituídos.
Para os quatro primeiros anos de contrato, o cronograma de referência prevê o planejamento executivo do projeto de modernização, a elaboração do projeto executivo e a atualização do controle centralizado da usina.
A atualização dos sistemas das 20 unidades geradoras deve ocorrer nos dez anos seguintes, com duas unidades completamente atualizadas a cada ano. O cronograma detalhado, entretanto, será elaborado pelo consórcio contratado e fechado durante a fase de planejamento executivo.
Foto: Itaipu/Rubens Fraulini