QUESTÃO AGRÁRIA

Indígenas invadem fazenda em Terra Roxa e clima é de tensão

Foto: Portal Palotina
Foto: Portal Palotina

O que todos temiam, se concretizou. No domingo, indígenas de Guaíra e inclusive de outros países como Paraguai e Argentina, invadiram uma propriedade rural localizada em Terra Roxa, município distante cerca de 140 quilômetros de Cascavel.

O clima de tensão paira no ar, principalmente com a mobilização de agricultores de várias partes do Oeste do Paraná. A Força Nacional está no local, mas por enquanto, não recebeu nenhuma orientação do governo federal para realizar a desocupação da área, até porque são indígenas e é preciso ter cautela para promover qualquer ação nesse sentido, por possuírem resguardo de leis.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) ainda não se manifestou sobre o assunto. De acordo com informações apuradas, o proprietário da área é de São Paulo chegou nesta segunda-feira a Terra Roxa para acompanhar de perto toda a situação. A fazenda é arrendada para um produtor de Palotina.

O Sindicato Rural de Terra Roxa tentou um primeiro contato com os invasores, porém, sem avanços significativos. Pelo jeito, a possibilidade de diálogo até agora é uma possibilidade remota.

A Fazenda Brilhante fica a uma distância de cinco mil metros da rodovia BR-272, que faz a ligação de Terra Roxa a Guaíra. A região é conhecida tradicionalmente por conflitos agrários. Há pouco tempo, uma situação envolvendo agricultor e indígenas em Guaíra terminou com feridos a tiros.

Comissão de Soluções Fundiárias do TJPR

A equipe de reportagem do Jornal O Paraná conversou na tarde desta segunda-feira, com o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, Fernando Prazeres, presidente estadual da Comissão de Soluções Fundiárias. “Até o momento não compreendi exatamente a motivação [da ocupação]. Até porque, estávamos construindo uma solução de consenso que poderia atender os interesses de todos os envolvidos”, disse ele, ao Jornal O Paraná.

Conforme o desembargador, o fato não deve prejudicar um eventual futuro acordo sobre as demarcações de terras indígenas, apesar de admitir que “cria dificuldades”. Ele acredita que tudo deva se resolver pacificamente. “Tinha uma ida para a região prevista para agosto, mas já estou avaliando a possibilidade de adiantar a visita”.