Cascavel – As condições do tempo nada favoráveis à agricultura na semana que passou emperraram o plantio do milho safrinha no Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel.
Até o início desta semana, apenas 70% das lavouras haviam sido cultivadas, lembrando que para a maior parte dos 28 municípios de abrangência – incluindo Cascavel – o período ideal para cultivo encerrou no domingo, dia 28, no chamado zoneamento agrícola.
“A partir de agora os produtores plantam por conta própria e correm os riscos”, reforça o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) J. J. Pértille, ao considerar as possibilidades de frio intenso e geadas nos próximos meses.
A expectativa é para que nesta semana todos os 310 mil hectares tenham sido plantados, uma vez que a previsão climática é de bastante sol para esta semana.
Em alguns dias o Deral inicia uma série de reuniões em toda a regional. Além de observar o desenvolvimento das lavouras, técnicos e agrônomos querem saber se houve aumento da área destinada ao cereal. A expectativa é para que ela possa chegar em até 340 mil hectares.
“Tudo porque o preço da saca está muito bem cotado. Começou a semana a R$ 32,80”, lembra o técnico.
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Isso significa que está faltando produto no mercado. Com menos oferta do que procura, o que vale são as regras máximas da economia. Em uma das maiores escassezes da história recente para o produto, a supervalorização do grão anima quem está no campo.
“Vamos ampliar o cultivo do milho. O preço está ótimo e é o momento de fazermos um caixa”, conta o produtor Silvio Alencar, que já aproveitou para vender antecipadamente, na chamada venda futura, em torno de 20% do que deve colher se tudo correr como o planejado.
R$ 35 por saca
Falta tanto milho no mercado que tem indústria em Cascavel que está pagando até R$ 2 a mais por saca no balcão. Em uma delas o preço pode chegar a R$ 35 para quem tiver o grão pronto para a transformação em ração. Mas a frustração para quem precisa comprar é que a safra de verão foi pequena, com colheita pouco significante para aquilo que depende o mercado.
Por outro lado, nesta safra em andamento, que de pequena tem apenas o nome, são esperados colher 2.015 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 6,5 mil quilos por hectare.
“Mas isso ainda pode mudar, caso a área cultivada tenha mesmo aumentado”, pondera o técnico do Deral J. J. Pértille.
