Cotidiano

Em dia sobre Alzheimer, Saúde promove debate do 1º relatório nacional

Itaboraí (RJ) - Hospital Tavares Bastos, local já serviu de hospital-colônia durante a época do isolamento compulsório das pessoas com hanseníase e, ainda hoje, é residência para dezenas de pacientes e ex-pacientes (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Itaboraí (RJ) - Hospital Tavares Bastos, local já serviu de hospital-colônia durante a época do isolamento compulsório das pessoas com hanseníase e, ainda hoje, é residência para dezenas de pacientes e ex-pacientes (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Cascavel – Neste dia 21 de setembro, Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, o Ministério da Saúde promove uma mesa-redonda virtual sobre as impressões iniciais do Primeiro Relatório Nacional sobre a Demência. O encontro contará com especialistas da saúde e será realizado pela internet, das 9h às 12h.

O mapeamento produzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e financiado pelo Ministério da Saúde pretende fornecer um retrato detalhado sobre a demência no Brasil para apoiar o planejamento de ações no cuidado dessas pessoas e de suas famílias, sendo que o relatório completo será finalizado em 2023. Criar estratégias e abordar o assunto com profissionais de saúde e a sociedade como um todo é uma realidade urgente e que exige planejamento.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou, em Genebra, na Suíça, o Plano de Ação Global para as Demências 2017 a 2025, adotado por 194 países, ressaltando a necessidade urgente de medidas por parte dos governos quanto ao cuidado às pessoas com demência.

Em resposta a essa demanda, o governo brasileiro, por meio da Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária, do Departamento dos Ciclos da Vida (SAPS/MS), desenvolveu diversas iniciativas que incluem o financiamento de uma pesquisa com a Unifesp para produção do relatório, pretendendo estimar o número de pessoas com demência hoje e com projeções para o futuro, assim como a mortalidade relacionada à doença, as taxas de subdiagnóstico e o estigma relacionado.

Contexto

No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência. A expectativa é que esses números tripliquem até 2050. Segundo estimativas do projeto Global Burden of Disease, os números poderão chegar a mais de 150 milhões, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença deve ser entendida como uma prioridade em saúde pública. Estimativas prévias sugerem que mais de 70% das pessoas no Brasil com demência não estão diagnosticadas e essa estimativa está sendo revisada no Primeiro Relatório Nacional, que vai usar dados mais robustos de todo o País.

A condição da pessoa com Doença de Alzheimer tem importante repercussão para a saúde dos indivíduos e suas famílias. À medida que a doença progride, a pessoa vai perdendo a autonomia e fica cada vez mais difícil fazer as atividades do dia a dia sozinho, sendo necessário um cuidador. Na maioria das vezes, esse apoio é realizado por familiares e mulheres que acabam tendo a sua própria saúde comprometida devido a essa responsabilidade.

Existem maneiras de melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência e de seus familiares. No entanto, por ser uma doença progressiva e atualmente sem cura, a prevenção se torna ainda mais relevante. Enfermidades e comportamentos de saúde aumentam o risco de desenvolver demência: diabetes, hipertensão, tabagismo, sedentarismo, obesidade, perda auditiva, entre outros.

Foto: ABR