Cotidiano

DNIT vai lançar edital até 2024 para concluir obras remanescentes da BR-163

DNIT vai lançar edital até  2024 para concluir obras  remanescentes da BR-163

Cascavel – O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) pretende realizar uma nova licitação para finalizar os serviços remanescentes das obras de duplicação da BR-163, trecho entre Cascavel e Marmalândia, distrito de Realeza.

Após realizar a rescisão do contrato com a empresa Sanches Tripoloni, que era a responsável pelas obras, o Órgão Federal pretendia atualizar o orçamento remanescente da obra e chamar a segunda colocada para finalizar os trabalhos, contudo, não foi possível e agora, o departamento informou que pretende lançar um novo edital até março de 2024 para licitar os serviços remanescentes. “O DNIT informa que tem como previsão o lançamento de um edital até março de 2024, para licitar os serviços remanescentes das obras da BR-163/PR, entre Cascavel e Marmelândia”, informou o órgão em nota.

Segundo o DNIT, faltam aproximadamente 17 km para que a duplicação do trecho que liga o Oeste ao Sudoeste do Paraná seja concluída. “O projeto, feito em 2013, precisa ser atualizado para dar continuidade aos serviços em aproximadamente 17 quilômetros da rodovia.”

Quanto aos valores que ainda serão necessários aplicar para que as obras sejam totalmente finalizadas, o Órgão informou que ainda realiza um levantamento para a atualização orçamentária da obra. “Como o projeto ainda não foi totalmente atualizado não sendo possível informar o orçamento neste momento.”

 

Novela BR-163

O trecho já custou mais de R$ 743 milhões aos cofres públicos e teve assinatura do contrato para o início da duplicação dos 74 km em 2014, contudo, a obra já começou atrasada, já que começou a sair do papel somente 14 meses após a assinatura do contrato, em 2016.

A duplicação deveria ter sido concluída em 2018. Após 9 anos da assinatura do contrato, as obras ainda não foram concluídas.

 

Principais segmentos

Segundo levantamento da reportagem do O Paraná, os principais segmentos que ainda necessitam ser duplicados são o Contorno de Lindoeste, o viaduto em Santa Lúcia e novos trechos de pista simples entre Lindoeste e Capitão, bem como, uma trincheira em Capitão Leônidas Marques.

 

 

Para diminuir os danos da não conclusão das obras de duplicação, no ano passado, o DNIT licitou serviços para a realização das obras de conservação e manutenção do referido trecho. Embora o contrato não se trate da conclusão da obra de duplicação, foram previstas liberações de novos trechos da rodovia. Com a realização dos serviços de “encaixe” da pista, novos trechos foram liberados. A empresa responsável pela realização dos serviços será a LCM Construção e Comércio S.A, de Belo Horizonte, Minas Gerais. “O objetivo é eliminar pontos de conflito e liberar segmentos que estão parcialmente prontos da rodovia”, informou o DNIT.

 

Trecho pedagiado

O que chama a atenção é que esse trecho onde ocorrem as obras já está incluso no projeto de concessão das rodovias do Paraná. O projeto prevê uma praça de pedágio em Lindoeste. E, apesar de parte da pista já duplicada, inclusive com pavimentação de concreto, o valor não é barato. A tarifa de partida é de R$ 11,46 e qualquer redução vai depender da oferta das empresas participantes no leilão da concessão.

 

Os escândalos da obra

Não bastasse todo o atraso, as obras da BR-163 foram alvos de uma operação da CGU (Controladoria-Geral da União) que constatou prejuízo de mais de R$ 60 milhões para os cofres públicos por conta de irregularidades como sobrepreço e superfaturamento.

De acordo com a CGU, os desvios de recursos públicos dessa obra causam grande prejuízo à população e ao setor produtivo, já que a BR-163 é uma das principais rodovias do país, em razão de sua importância estratégica para o escoamento da produção agrícola e integração das regiões Sul e Norte.

A Operação Rolo Compressor, deflagrada no ano passado, consistiu no cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Houve um mandado de prisão temporária, afastamento de cinco servidores públicos e bloqueio de bens dos investigados.

 

Foto: DNIT-PR