Reportagem: Patrícia Cabral
Após a frustração das vendas nas principais datas comemorativas do ano, Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais, o comércio de Cascavel se prepara com novo ânimo para o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro.
A pouco mais de duas semanas para a data, as lojas investem na variedade de produtos e na conquista do consumidor. Os estabelecimentos estão com estoque abastecido, que vai desde brinquedos tradicionais, como pelúcias, bolas, bonecas, até marcas famosas de games e outros equipamentos eletrônicos.
A gerente Sueli Manoel trabalha há três anos em uma loja de brinquedos no Centro de Cascavel e não esconde a expectativa positiva: “Renovamos o estoque e recebemos as mercadorias bem antes do que em anos anteriores. Desde o início de setembro as caixas estão chegando, vindas de São Paulo, Santa Catarina e de algumas importadoras”.
Com as vitrines e as prateleiras cheias de opção, muitos adiantaram as compras. É o caso da diarista Rosana dos Santos, que já comprou os presentes para os filhos e para os netos. “Chamou minha atenção a quantidade de coisas. Os corredores estão lotados de opções e fica difícil de escolher qual levar para casa, por isso resolvi comparar os preços e já garantir os presentes”.
Vendas devem superar Dias das Mães e dos Pais
Em meio à quarentena imposta para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, as vendas para o Dia das Mães recuaram 40% em relação ao ano passado. Com mais lojas abertas e medidas menos restritivas, a queda da venda no Dia dos Pais foi menor, mas chegou a 8% se comparado a 2019.
A Fecomércio-PR (Federação do Comércio do Estado do Paraná) ainda não divulgou dados da sondagem para o Dia das Crianças deste ano, mas a expectativa dos comerciantes é de que as vendas não sejam muito diferentes das de 2019, quando houve alta de 3,1% em relação ao mesmo período de 2018.
Para o supervisor comercial da Amic (Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Oeste do Paraná), Homero Almeida, as vendas podem ser até melhores que as do ano passado: “Em maio e em agosto, estávamos em plena pandemia ou ainda sentindo efeito das restrições impostas, por isso a comercialização ficou abaixo do ano passado. Com a retomada de todo o comércio, esperamos um crescimento das vendas para o Dia das Crianças, e que podem ser ainda maiores que o 12 de outubro de 2019, pois as crianças sofreram muito com a pandemia e acaba sendo uma forma de os familiares recompensá-las, visto que não podem ir para a escola nem sair ou viajar”, avalia.
Em uma das maiores lojas de departamentos de Cascavel, os dias que antecedem o 12 de outubro são aguardados com otimismo. “Aqui, trabalhamos com metas a cada data comemorativa. Com relação ao Dia das Crianças, ano passado pretendíamos vender R$ 900 mil e chegamos a quase R$ 1 milhão. Para este ano, com a pandemia, estipulamos a mesma quantia e mais uma vez esperamos ultrapassar a expectativa”, explica a líder de setor Josane Cargnelutti.
Segundo o presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do comércio Varejista de Cascavel e Região), Leopoldo Nestor Furlan, o objetivo é pelo menos manter o ritmo de vendas do ano passado. “Apesar de o período ser diferente de 2019, temos neste momento alguns setores que estão aquecidos, e um deles é o dos brinquedos. As crianças não vão deixar de ganhar presentes dos pais, dos avós e dos padrinhos. Esperamos que pelo menos o volume de vendas seja o mesmo do ano passado, ou maior”.
Compra on-line
Outra mudança que deve ser positiva nesta data é a forma da venda, do presencial para a internet. “A compra on-line aumentou muito nos últimos meses e esse tipo de negócio parece mais seguro e vantajoso para o comerciante, porque o cliente compra e já paga automaticamente, representando acréscimo nas vendas”, explica Leopoldo Furlan.
Segundo Homero Almeida, da Amic, mesmo com otimismo de grande parte dos comerciantes, muitos têm mantido a cautela. “Parte dos lojistas ainda espera se livrar de estoques adquiridos anteriormente e que possa recuperar um pouco do lucro perdido nos últimos meses devido à pandemia. Esperamos que datas como essa possam dar um alento ao comércio e estabilizar o mercado”.
O que você quer ganhar?
A pandemia exigiu adaptações por parte do varejo até com relação ao tipo de produto ofertado. “Com as crianças em casa por causa do coronavírus, bonecas, carrinhos e bolas voltaram a ter importância e a ganhar mais atenção. Os clientes têm procurado também produtos educativos, jogos de tabuleiros e quebra-cabeças, que aumentam o estímulo do convívio social e envolvem toda a família, além de entreter por horas”, explica a vendedora Leilane dos Anjos, que trabalha no departamento de brinquedos há dois anos.
Vai custar quanto?
A variedade de produtos também se reflete nos preços. É possível encontrar nas lojas presentes que vão de R$ 19,90 a mais de R$ 200. “Temos brinquedos de marcas famosas que agregam valor, mas temos também preços mais acessíveis. Os clientes não vão deixar de comprar porque muitos acabam usando parte dos benefícios e dos auxílios emergenciais para pagar a compra. Conseguimos também manter a faixa de valores de vários produtos”, explica a vendedora Leilane dos Anjos.
Os presentes para o Dia das Crianças este ano devem variar de R$ 65 a R$ 150, por tíquete. O valor desembolsado, em média, em 2019, foi de R$ 135 e, em 2018, de R$ 123.