SÃO PAULO – O tenente-coronel da Polícia Militar Henrique Motta, responsável pela operação da corporação que acabou em violência no protesto contra o governo Temer deste domingo, expressou polêmicas opiniões a respeito dos manifestantes em sua conta na rede social Facebook.


Esse não é o único exemplo de posicionamentos políticos e ideológicos de Motta em seu perfil. Ainda no dia 2 de setembro, ele publicou um texto do colunista da Folha de S.Paulo Reinaldo Azevedo cujo título é ?Dilma é culpada por olho perfurado de militante?. Pouco antes, afirma em outra postagem que ?o feminismo é apenas um movimento pró-governo? e que serve à perseguição ?seletiva contra inimigos do PT? e, ironicamente, questiona: ?Quando Temer assumir é presidento ou volta a valer o português correto??, em referência ao termo ?presidenta?, adotado pela ex-mandatária Dilma Rousseff (PT).
Nem só de polêmicas, no entanto, Motta alimenta seu perfil pessoal. Ele expressa a preferência por gatos de estimação, adora comida japonesa e chega a mandar indiretas na rede ao publicar o post ?10 motivos para namorar um homem de 50 anos?.
Questionada sobre a conduta do tenente-coronel, a corporação informou que ?a Polícia Militar respeita a liberdade de expressão e o direito de opinião, desde que não configure crime. Isso vale também para os seus integrantes. No caso do Tenente Coronel Motta, não há indícios de que as suas opiniões tenham em algum momento interferido em seu trabalho técnico, que tem se mostrado isento e imparcial. O fato de ter e de expressar uma opinião política não implica em ações parciais, tanto é que inúmeros jornalistas, por exemplo, manifestam nas redes sociais posicionamentos políticos, mas não deixam de exercer suas funções nos respectivos veículos de comunicação. ?