Cascavel - O serviço de transporte coletivo urbano em Cascavel segue no modo “emergencial” desde o fim de 2021, quando acabaram as concessões da Pioneira Transportes, em 31 de dezembro, e da Viação Capital do Oeste, em 6 de fevereiro de 2022. Isso tem gerado muita reclamação dos usuários pela falta de renovação da frota: ônibus velhos e com condições questionáveis – principalmente quando o assunto é acessibilidade.
Apesar disso, Cascavel quer carimbar o título de referência nacional em “eletromobilidade”. A cidade tem a maior frota de ônibus elétricos do Sul do País: são 15 veículos novinhos em folha (13 do modelo Padron e 2 articulados), comprados pela Prefeitura e cedidos sem custo às empresas que ainda operam o sistema. O investimento foi de R$ 43,2 milhões nos ônibus e outros R$ 7,5 milhões no Eletroterminal – um belo pacote tecnológico que, curiosamente, não impactou no preço da tarifa.
Com esse currículo, a Transitar agora é finalista do Prêmio Parque da Mobilidade Urbana, na categoria Iniciativas Públicas em Favor da Mobilidade Sustentável. O evento acontece dia 25 de setembro, na ExpoCenter Norte, em São Paulo. Promovido pela Plataforma Connected Smart Cities e pela Urucuia, a premiação reconhece projetos e pessoas que vendem (ou melhor, promovem) mobilidade sustentável, segura e inclusiva. Cascavel concorre com São José dos Campos (SP), São Paulo (a própria capital) e Leopoldina (MG). Nada mal para quem ainda roda com busão que range nos pontos de maior movimento.
Meio ambiente
O sistema também inclui uma Usina Solar que economiza cerca de R$ 1,2 milhão por ano em combustível. Além de poupar o caixa, reduz emissões e dá um ar de modernidade. Os veículos elétricos não soltam fumaça, não fazem barulho e ainda garantem conforto térmico – o que já é uma vitória para quem está acostumado a enfrentar ônibus quentes como estufa. No discurso oficial, não é apenas o passageiro que ganha, mas toda a sociedade, já que a eletromobilidade promete salvar o planeta (ou ao menos melhorar a imagem da cidade).
Usina Fotovoltaica
Dentro do pacote high-tech, a usina fotovoltaica conta com 5 mil placas solares de 660W cada, totalizando 3.300 kW de potência instalada, além de 10 inversores de 250kW e 5 transformadores de 500kW. A cabine de entrada conecta o sistema à rede da Copel, garantindo a redistribuição do excedente. No total, foram R$ 16 milhões bancados pelo Município e R$ 2,6 milhões pela Copel. Energia suficiente para carregar os ônibus elétricos e ainda sobrar para outras unidades consumidoras.
Ou seja: Cascavel segue com ônibus velhos rodando, mas também com frota elétrica que dá inveja a qualquer metrópole.