Seguindo o modelo das três principais avenidas da cidade –Brasil, Tancredo Neves e Barão do Rio Branco – que tiveram mudanças consideráveis depois de serem revitalizadas, o trânsito da nova Avenida Carlos Gomes seguirá a mesma tendência com a proibição de retorno em toda a via, desde a Avenida Brasil até a Unioeste, sendo necessário o looping de quadra para acessar de um lado ao outro da avenida.
A reportagem do Jornal O Paraná fez uma entrevista exclusiva com o secretário municipal de Serviços e Obras Públicas, Sandro Rocha Rancy, para entender quais são as principais mudanças na via, que já passaram a aparecer nesta semana, com a primeira proibição de retorno que era tradicional e bastante utilizada pelos motoristas que trafegam na via, o retorno de acesso ao Bairro Maria Luiza, por meio da Rua Hyeda Baggio Mayer.
Sandro explicou que foi feito um planejamento minucioso acerca do trânsito da avenida que teve que passar por uma série de alterações necessárias para que ela pudesse atender o fluxo de veículos, já que é a principal via de acesso à Região Sul da cidade. Em toda ela foram abertas entradas das ruas que antes não existiam para que os motoristas possam atravessar de um lado ao outro por meio do looping de quadra – serviço que foi possível com a retirada do canteiro central, que era uma grande mureta em todo o percurso.
Com quase 100% do asfalto concluído, faltando apenas três quadras para receber a pavimentação já estão sendo instalados os novos semáforos, uma quantidade maior do que existia anteriormente e que passam a funcionar em dois tempos, para que a via tenha a famosa “onda verde”. No entanto, três entroncamentos estão ainda sendo estudados pela Sesop e a Transitar, para que seja definida a melhor forma de tráfego no local, já que são uniões de várias vias e o conjunto de vários semáforos.
Os locais ficam na região do Cemitério Central, na Rua Jaime Duarte Leal e no cruzamento da Rua Rio da Paz. “Nestes trechos ainda estamos analisando qual o melhor formato”, disse Rancy. Conforme o secretário, o planejamento da avenida foi para que ela se tornasse uma via mais larga, rápida e de fácil acesso, assim como as outras da cidade, prevendo um crescimento ainda maior da quantidade de veículos nos próximos anos atendendo ao Plano Municipal de Mobilidade Urbana.
Aumento de fluxo
Conforme estudos realizados pela a Sesop, mesmo antes de concluída, tanto a Carlos Gomes quanto a Rua Alexandre de Gusmão tiveram um aumento de pelo menos 50% no fluxo de veículos, resultado do aumento das vias que foi possível devido à retirada do canteiro central e do estacionamento em um dos lados, que acabou sendo um motivo de reclamação dos comerciantes. Sobre isso, o secretário lembrou que outras ruas importantes da cidade como a São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, não têm estacionamento em um dos lados há décadas e que isso tinha que ser feito na Carlos Gomes, para que pudesse ser colocada mais uma via de fluxo.
“Cascavel cresceu e vai continuar crescendo, isso interfere diretamente no trânsito, não conseguimos mais nos deslocar rapidamente e estacionar na frente de onde vamos isso hoje é um luxo. A frota aumentou e as famílias têm na maior parte mais de um veículo e, além disso, a cidade recebe muitas pessoas de fora, que acabam inflando ainda mais o trânsito, por isso, as ações devem ser de médio e longo prazo melhorando a mobilidade para todos os envolvidos. Não temos mais o eu, mas o nós”, frisou Rancy.
Transporte público
Sandro explicou ainda que a decisão de manter o tráfego dos ônibus do transporte público na Carlos Gomes também segue o padrão das outras avenidas da cidade com base no comércio de oportunidade e por não ter na região ruas paralelas que pudessem receber esse trânsito. No trajeto existem algumas “superquadras” com instalações maiores do que as tradicionais, que também acabam impactando no planejamento. No asfalto, aonde serão instalados os pontos de ônibus, a pavimentação foi feita de concreto, para evitar as deformações que são comuns com as frenagens dos veículos.
O secretário disse ainda que depois da avenida pronta eles passam a estudar novos binários para melhorar o tráfego entre os Bairros Maria Luiza e Parque São Paulo, o primeiro deles das Ruas Hyeda Baggio Mayer e a Rua Cassiano Jorge Fernandes. “Este é o próximo passo, analisar novos binários em toda a região, como complementação de melhoria de mobilidade”, complementou Rancy.
Pronta até dezembro?
Sobre o prazo da obra, ele ainda está mantido para o dia 18 de dezembro, já que está com 65% de execução e o asfalto quase pronto. Rancy explicou que o que está atrasado é a instalação das calçadas, já que é um trabalho manual e mais demorado. “Se tivermos que ampliar o prazo de entrega será por causa das calçadas, mas esperamos que tenham um bom andamento até o fim do ano”, finalizou.
As obras iniciaram em 18 de setembro do ano passado com prazo de 15 meses para serem concluídas. Ao todo, a obra vai custar o valor de R$ 51.144.674,40, montante que será pago com recursos que foram emprestados ao Município pelo Banco Fonplata por meio do PDU (Programa de Desenvolvimento Urbano). Ela tem ao todo um total de 56 quadras, sendo que em todo o trecho, a base do asfalto foi refeita, assim como toda a pavimentação, galeria de água pluvial e trocada a calçada para paver no prolongamento em que a obra passa. A obra inclui ainda uma ciclovia, interligando com a Rua da Lapa e revitalização de um trecho da Rua Rio da Paz, local com intenso movimento de veículos próximo ao Terminal Sul.