
Além de gritar palavras de ordem como ?Lula, guerreiro do povo brasileiro?, o grupo colou cartazes em postes e lixeiras com os dizeres ?Não à prisão de Lula?. O evento foi convocado pelo Facebook, após a publicação de uma notícia no Blog da Cidadania de que Lula poderia ser preso nesta segunda-feira.
No fim de fevereiro, uma semana antes da Justiça Federal decidir pela condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento em um inquérito da Lava-Jato, esse mesmo blog havia publicado uma notícia sobre a quebra de sigilo bancário de Lula. O suposto vazamento foi investigado pela Polícia Federal.
Lula é réu em três ações penais, que correm em Brasília e Curitiba. Na última quinta-feira, a Justiça Federal de Brasília aceitou abrir processo após receber a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que Lula teria recebido dinheiro da Odebrecht por meio de palestras feitas no exterior para defender interesses da empresa.
Também em Brasília, Lula é acusado de tentar obstruir a Justiça ao supostamente tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. A suposta participação do petista nesse esquema foi denunciada pelo ex-senador Delcídio do Amaral.
A terceira ação contra o ex-presidente tramita em Curitiba, onde ele é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões da OAS, de forma dissimulada, por meio de um tríplex no Guarujá, litoral paulsita, e do armazenamento do acervo da Presidência da República.
DEFESA NEGA TODAS AS ACUSAÇÕES
A defesa de Lula nega todas as acusações. Segundo os advogados, o ex-presidente nunca defendeu o interesse de nenhuma empresa, tem como comprovar que fez todas as palestras que foram contratadas, não interferiu no depoimento de Cerveró e nunca foi proprietário do apartamento do Guarujá, que continua em nome da OAS.
A força-tarefa da Operação Lava-Jato ainda investiga se a Odebrecht e a OAS pagaram propina a Lula por meio de reformas feitas em um sítio de Atibaia, no interior de São Paulo. A propriedade está em nome de amigos do ex-presidente e, segundo os advogados, nesse caso também não houve crime.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente, tem dito que Lula está sendo vítima de lawfare, termo jurídico empregado quando autoridades usam as leis para tentar incriminar um inimigo, com o objetivo de tirá-lo da disputa pela presidência em 2018.