Cotidiano

Ao lado do Country, moradores ficam à sombra do bairro vizinho

O aluguel do salão para os moradores é o que auxilia o pagamento da água e da luz

Cascavel – Desde a década de 1990, Aparecido Belotti Sobrinho acompanha o nascimento da Associação dos Moradores do Jardim Pinheiros. Ele foi um dos fundadores da associação e hoje auxilia os demais dirigentes a manter a associação em funcionamento.

O Jardim Pinheiro fica ao lado do Country, e o tesoureiro da associação, Aparecido Belotti Sobrinho, explica que devido à proximidade com o bairro vizinho, os três mil moradores do Jardim Pinheiro enfrentam o desconhecimento da população e, inclusive, do município.

“A maioria dos moradores não conhece o Jardim Pinheiro. Se você pede, eles não sabem onde fica”, brinca Aparecido.

O tesoureiro da associação conta que há anos tenta junto aos colegas regulamentar o projeto de revitalização do salão da associação.

“Nós estamos tentando um arquiteto que faça o projeto, pois há muito tempo mantemos o local com a contribuição espontânea da comunidade. O salão é inclusive zona eleitoral, e cerca de 300 moradores votam ali”, disse.

O aluguel do salão para os moradores é o que auxilia o pagamento da água e da luz.

“Nós até tentamos realizar jantares para a comunidade, porém, a maioria de pessoas que vem é gente de fora, pois os moradores não são muito unidos junto à associação”.

Porém, Aparecido admite que no auxílio à segurança, os moradores ajudam um ao outro.

“Nós temos o sistema do vizinho solidário. Todas as casas que participam são identificadas com uma plaquinha e, se vemos alguma movimentação estranha, avisamos por meio de ligações e se necessário ligamos para a polícia”, explica Aparecido.

Educação

O Jardim Pinheiro, que tem início a partir da Rua Manaus, não dispõe de nenhuma escola, tanto municipal como estadual.

“A mais próxima é o Colégio Estadual Marilis. Escolas municipais e Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil) são apenas nos bairros próximos”, diz Aparecido Belotti Sobrinho.

O mesmo ocorre com a saúde.

“Nós somos cadastrados na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Bairro Cancelli, que há mais de anos não recebe nenhuma reforma. Tá uma situação complicada lá, com os cerca de três mil moradores que temos aqui no bairro seria o suficiente para abrir uma USF (Unidade de Saúde da Família)”, reclama o dirigente comunitário.