Cascavel – O antigo Terminal de Transbordo Oeste” que serviu por anos como o principal ponto de transporte público da cidade, agora é apenas uma estrutura antiga e sem uso, voltará a servir a comunidade passando a ser um dos pontos de recebimento do Programa Sustentar da Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cascavel). A lei que cria o programa foi aprovada no fim do ano passado e está em fase de regulamentação, mas a reportagem do Jornal O Paraná já obteve informações de como o novo modelo vai funcionar.
A criação do programa tem como objetivo principal aumentar a arrecadação do lixo reciclado da cidade que tem grande potencial para isso. Atualmente cerca de 330 toneladas de lixo são despejadas todos os dias no Aterro Sanitário da cidade e, deste total, apenas 6% é reciclado. Aílton Lima, diretor da Sema explicou que existe um potencial de aumentar essa quantidade para 35% e, é por isso, que novas ações serão implantadas.
Por meio do Sustentar será criada a “Moeda Planeta”, pela qual quem fizer separação correta do lixo e levar em um dos pontos de coleta, receberá créditos por meio de um cartão digital. Acumulando pontos, poderão fazer a troca tanto por descontos de impostos municipais como de objetos e até trocar por vale gás ou mercado. “Ainda estamos estudando, mas queremos publicar as regras dentro dos 180 dias, prazo que temos para regulamentar a lei”, reforçou.
O que já está definido é que um dos novos pontos de recebimento será no antigo terminal, somando-se ao Ecoponto da Rua Manaus, além de um terceiro local que ainda está sendo definido.
Estrutura dividida
No antigo terminal, o espaço será dividido para o ecoponto e para estrutura de inovação tecnológica da Fundetec (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel). A licitação para as obras de reformulação está em processo e será publicada nos próximos dias. Conforme Aílton Lima, inicialmente, os trabalhos serão executados por funcionários da Sema nos locais. Além da criação da moeda, o Programa Sustentar cria ferramentas com a intenção de institucionalizar o processo da coleta seletiva, melhorando o fluxo do sistema.
Uma destas ferramentas, é a possibilidade de pagamento para a triagem do lixo nos ecopontos, criando a possibilidade de o Município passar a remunerar diretamente as cooperativas que atuam nos ecopontos. Segundo o diretor da Sema, a ideia é manter as pessoas dentro dos ecopontos e se abram novas oportunidades de trabalho no processo de recebimento dos recicláveis. “Os cooperados tem a base da renda apenas o resultado das vendas, mas com este programa, elas devem receber também pela a triagem, o que acaba deixando a renda baixa, mas com o pagamento da triagem conseguimos manter uma renda mais estável”, reforçou, completando que é “em cima desse ponto que estamos trabalhando e que devemos regulamentar primeiro, para que o programa tenha seu pontapé inicial”.
Além disso, o programa cria a coleta institucional para obrigar que a separação seja feita dentro dos locais público e também dentro dos condomínios. Conforme Aílton, pela cidade são pelo menos 800 locais e existe uma grande dificuldade dos caminhões da coleta seletiva pegarem o material, mas isso passará a ser obrigatório.
Para isso, estão sendo criadas regras para obrigar essa separação e destinação de lixo e reorganizado o serviço, que inclusive ganhou um novo caminhão do governo do estado para coletar e terá ainda mais cinco caminhões, um para cada cooperativa e ecoponto, para ampliar essa coleta. Além disso, o ecoponto da Manaus também será colocado em funcionamento ainda neste primeiro semestre.
Foto: Katúscia da Silva
