São Paulo – Sem as mudanças estruturais, o governo deverá cortar novamente os investimentos em 2016. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo, já perdeu força como bandeira do governo federal.
Em janeiro, as aplicações do programa, em valores constantes, decresceram 28,6%. No primeiro mês deste ano, as aplicações do PAC somaram apenas R$ 3,7 bilhões. Já no mesmo período de 2015, os números foram de R$ 5,2 bilhões. Isto é, a retração alcançou R$ 1,5 bilhão. Os valores do levantamento do site Contas Abertas foram atualizados pelo IPCA.
É oportuno ressaltar que o PAC compreende não apenas investimentos, gasto nobre com obras e compra de equipamentos, mas, também, outras despesas correntes e inversões financeiras. Não obstante os investimentos terem crescido 2,1% e as outras despesas correntes 5,3%, as inversões financeiras sofreram retração de 73%.
A redução foi decorrente de movimentação atípica em janeiro de 2015, quando foram pagos R$ 2,1 bilhões para regularizar as pedaladas do Minha Casa Minha Vida ocorridas em 2014.
O PAC foi a principal bandeira do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010) e pilar da campanha que elegeu Dilma Rousseff. O programa, entanto, perdeu força desde o ano passado, com o ajuste fiscal promovido para o governo fechar as contas públicas.
Neste ano, que começa com o governo admitindo um rombo de até R$ 60 bilhões nas contas públicas, a previsão de gastos com o programa foi cortada dos R$ 65,6 bilhões aprovados pelo Congresso para R$ 30,7 bilhões. A cifra autorizada para este ano só é maior do que os valores anteriores a 2009, quando o PAC ainda patinava e o gasto permitido era de R$ 28,4 bilhões.