
Brasil - E a China ainda não perdeu a mania de recorrer a embargos na tentativa de pressionar o governo brasileiro a reduzir o preço de suas carnes para exportação. A velha estratégia não deverá provocar maiores impactos ao Brasil, de acordo com a mais recente declaração do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Para o ministro, essa situação faz parte do dia a dia dos negócios e que atualmente, mais de 60 unidades são responsáveis pelo embarque de carne aos chineses. A restrição também envolveu empresas da Argentina, Mongólia e Uruguai.
China
No começo da semana, a China decidiu suspender a importação de carne bovina de três frigoríficos brasileiros, alegando não conformidade das plantas frigoríficas. As empresas que sofreram o embargo são JBS (Mozarlândia-GO), Frisa (Nanuque-MG) e Bon-Marte (Presidente Prudente-SP). “Os chineses encontraram algo que não os satisfez e pediram adequações. Quando elas forem solucionadas, o comércio voltará”, disse. “As empresas farão os planos de correção, enviaremos para a China conferir e resolver, assim como voltaram para a habilitação 12 plantas que haviam sido suspensas no governo passado”, comentou o ministro.
Segundo cosnta, um dos problemas apontados pelo setor de alfândega da China teria sido a presença de resíduos de um carrapaticida além dos limites aceitáveis em uma carga exportada por uma das três empresas.
Aproveitando o episódio, começaram a surgir fake news sobre o assunto, fato que gerou preocupação do ministro. Um pecuarista e o próprio presidente Lula, o questionaram se o Brasil e a China teria fechado um acordo para a redução das exportações. “Não é coerente falar em acordo para restringir exportações se habilitamos 43 plantas neste governo e há uma lista lá [na China] para ampliar esse número, com expectativa de novos frigoríficos habilitados neste ano”.
O ministro Carlos Fávaro aproveitou para repercutir a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao “tarifaço”. Para ele, todo esse cenário de restrição dos americanos a outros mercados produtores será benéfico para o Brasil. “Vamos ocupar mais espaço nas gôndolas chinesas em decorrência da guerra tarifária entre a China e os Estados Unidos. Será uma oportunidade”.
Em dezembro de 2024, a China abriu investigação para possível aplicação de salvaguardas contra as exportações de carne bovina de todos os países. O processo está em curso. O Brasil, principal fornecedor de carne à China, enviou respostas dos questionários na semana passada. Empresários do segmento não associam a suspensão à investigação.
Abiec busca solução imediata
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que segue em diálogo com as autoridades, juntamente com o Ministério da Agricultura, para garantir a rápida resolução da suspensão temporária das exportações de três frigoríficos para a China.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que segue em diálogo com as autoridades competentes, em parceira com o Ministério da Agricultura, para garantir a rápida resolução da suspensão temporária das exportações de três frigoríficos para a China.