Representantes de cinco das mais importantes cooperativas brasileiras participaram, no fim da tarde da última sexta-feira, 10, de uma transmissão ao vivo sobre Cooperativismo Agro e seus desafios. Organizada pela MPrado Cooperativas, a transmissão teve como âncora o Ceo da MPrado Consultoria Empresarial Marcelo Prado. O encontro se estendeu por mais de duas horas e tratou de forma ampla sobre alguns dos aspectos mais pertinentes ao cotidiano das cooperativas e do universo que as cerca.
A live contou com as participações dos presidentes da Coopavel Dilvo Grolli, da Agrária Jorge Karl, da Coopercitrus Fernando Degobbi e da Cotrijal Nei Mânica, do vice-presidente executivo da Cocamar José Cícero Aderaldo e do diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo Aquiles Dias. “Um dos pontos a destacar do encontro foi a riqueza das informações e de como as cooperativas, a partir de suas práticas de gestão e operacionais evidenciam a força e a pujança desse movimento tão amplo e bem-sucedido em todo o mundo”, conforme Marcelo.
Características singulares das cooperativas foram ressaltadas pelos participantes, principalmente quanto aos princípios que as regem e quanto ao papel que assumem nas regiões nas quais atuam. Elas contribuem com a disseminação de técnicas avançadas de produção, que tornam competitivas principalmente pequenas e médias propriedades rurais e prósperas as cidades e o entorno nas quais estão instaladas. Criado há cerca de 200 anos na Inglaterra, o movimento conta com de 1,2 bilhão de cooperados e gira mais de R$ 15 trilhões por ano.
O valor agregado é um diferencial determinante, citou Dilvo Grolli. “No Paraná, 48% do faturamento das cooperativas agroindustriais ligadas à Ocepar vêm do valor agregado. E na Coopavel ele representa 78% do faturamento”. A cooperativa conta com 11 indústrias em atividade. “O equilíbrio é uma questão fundamental ao cooperativismo, que dissemina assistência técnica, credibilidade e sustentabilidade. O tamanho das cooperativas exige que tenhamos gestão eficiente e cuidadosa”, citou Dilvo, ressaltando que, pelo menos no Paraná, o conceito da intercooperação, por ser desafiante, precisa avançar e para isso exige transparência, maturidade e resgate dos princípios que alicerçam o movimento.
O presidente da Agrária, Jorge Karl, citou uma preocupação cada vez mais presente no cotidiano do segmento agroindustrial: “Além de qualidade, precisamos estar alinhados com a padronização dos produtos. O consumidor, principalmente os do outro lado do mundo, estão atentos e querem ser informados sobre rastreabilidade, certificação e sustentabilidade. Então essas são condições imprescindíveis no nosso negócio e precisamos sempre estar atentos àquilo que impacta positivamente na rentabilidade dos cooperados”.
Outro item debatido foi sobre mercado e área de atuação. O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, afirmou que o interesse da cooperativa é de fortalecer a sua atuação somente no Rio Grande do Sul, seu estado natal. “Há muito ainda o que podemos fazer aqui, então vamos investir e priorizar isso”, afirmou. Os líderes convidados para a live consensuaram quanto à necessidade de políticas, crédito e informação de qualidade chegar a mais regiões do Brasil. Atualmente, existem cerca de 850 mil propriedades com índices de produtividade de excelência, porém cerca de 4,5 milhões ainda distantes de usufruir de tecnologias de ponta.
A necessidade de incrementar políticas que integrem ainda mais os filhos de associados do dia a dia das cooperativas foram citados pelo vice-presidente executivo da Cocamar José Cícero Aderaldo. “Temos de cuidar para que não ocorra uma ruptura na sucessão, que deve ocorrer de forma planejada”, observa ele. A Cocamar conta com várias ações que aproximam os jovens da cooperativa, como cursos, encontros e debates de temas que eles mesmos sugerem. Contamos também um aplicativo pelo qual recebem notícias, sugerem e fazem negócios. “A comunicação mudou e devemos estar conectados a eles”, ressalta José Cícero.
Melhorar a comunicação quanto à questão ambiental é uma necessidade apontada pelo diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo Aquiles Dias e pelo presidente da Coopercitrus, Fernando Degobbi. Sessenta por cento do território brasileiro é preservado, e no exterior a imagem que se passa é bem diferente e isso coloca o agronegócio em situação muitas deles difícil, pontuaram. A defesa é para que se restabeleça a verdade e o Brasil seja visto como o que é, o Pais mais preservado do mundo, complementou Dilvo Grolli, que fez uma analogia ao livro de José Luiz Tejon, Os líderes não nascem prontos. “Digo que as cooperativas não nascem prontas, que já fizemos muito e que podemos ainda muito mais”, destacou Dilvo.
Credito: Assessoria