Descubra o crescente comércio internacional do Feijão no Brasil e suas variedades, incluindo o destaque do Feijão-Mungo-Preto - Foto: CNA
Descubra o crescente comércio internacional do Feijão no Brasil e suas variedades, incluindo o destaque do Feijão-Mungo-Preto - Foto: CNA

Cascavel e Paraná - O Brasil vive um momento histórico no comércio internacional de grãos especiais. Dados consolidados até setembro de 2025 mostram que o País atingiu 361.864 toneladas de feijão exportadas — o maior volume já registrado — e 349.674 toneladas de gergelim embarcadas para o exterior, também um recorde absoluto.

No caso do feijão, o destaque vai para o avanço da diversificação de cultivares e mercados. O grande protagonista deste ano é o Feijão-Mungo-Preto, lançado oficialmente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 2024. A variedade, que até pouco tempo não era cultivada no país, já alcançou 171 mil toneladas exportadas, posicionando o Brasil entre os principais fornecedores mundiais dessa leguminosa.

Outros tipos de feijão também ganharam força. O feijão-preto, que até 2023 era importado em grande escala, atingiu 59 mil toneladas exportadas. Os feijões rajado, vermelho e branco somam 54 mil toneladas, e o feijão-caupi branco, produzido especialmente no Mato Grosso, responde por mais 66 mil toneladas. Tudo isso sem afetar o abastecimento interno, ainda sustentado pelo Feijão-Carioca, que representa cerca de 65% da produção nacional e permanece voltado ao consumo doméstico.

Esse avanço é resultado direto da integração entre pesquisa, produtores e exportadores. Instituições como IAC, Embrapa e IDR-Paraná vêm desenvolvendo novas cultivares mais produtivas e adaptadas às condições brasileiras, enquanto produtores e exportadores assumem o protagonismo na adoção de tecnologia, financiamento e comercialização.

Superalimentos de alto valor nutricional

O projeto Brazil Super Foods, uma parceria entre APEXBrasil e Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), tem sido fundamental nesse processo. Por meio de ações de marketing internacional e presença em feiras estratégicas, o projeto vem consolidando a imagem do feijão e do gergelim brasileiros como superalimentos de alto valor nutricional e sustentabilidade comprovada. Metade dos recursos investidos no projeto é aportada diretamente pelos exportadores, demonstrando o engajamento do setor privado.

Já o gergelim vem confirmando seu potencial como uma das culturas mais promissoras do agronegócio nacional. Em setembro de 2025, o Brasil exportou 109 mil toneladas, um aumento de 60,3% em relação a agosto. Os principais destinos foram China (64 mil toneladas, 58% do total), Índia (23 mil toneladas), Vietnã (7 mil toneladas) e Turquia (6 mil toneladas). No acumulado do ano, o país totaliza 349.674 toneladas exportadas, consolidando-se entre os maiores exportadores mundiais da oleaginosa.

Em entrevista ao Jornal o Paraná, Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Ibrafe, o desempenho reflete um novo ciclo de maturidade para o setor. “O Brasil está mostrando que é capaz de unir tecnologia, sustentabilidade e estratégia comercial. Feijão e gergelim deixaram de ser culturas complementares e passaram a ser pilares da nova pauta exportadora do agro brasileiro, com alto valor agregado e reconhecimento mundial”, afirma.

Com produtividade crescente e novos mercados se abrindo, o país consolida sua imagem como fornecedor confiável de alimentos de verdade, reforçando o papel do Feijão e do Gergelim brasileiros na segurança alimentar global.