O ex-prefeito Edgar Bueno (PDT) tende a enfrentar em menos de um ano a segunda batalha na Câmara de Cascavel para evitar que se torne inelegível nos próximos oito anos, conforme prevê a Lei de Ficha Limpa. Ontem a Comissão de Finanças da Câmara anunciou decisão sobre a avaliação das contas de 2015 do ex-prefeito de Cascavel: o parecer é pela reprovação. O que gerou pesadas críticas por parte de Bueno: “É uma pena essa política onde agem como ratos nos porões. Uma perseguição política a mando do prefeito [Leonaldo] Paranhos”, acusou.
Apesar da defesa apresentada pelo advogado Marcos Boschirolli, por meio de relatórios, os vereadores decidiram seguir o parecer do Ministério Público de Contas do Estado, que também reprovou a prestação de contas. Já o TCE (Tribunal de Contas do Estado) emitiu parecer favorável a Edgar só que com ressalvas. “Nosso parecer foi pela reprovação por entender que o relatório da defesa não apresentou avanços ao que já tínhamos. Houve uma diferença nos balanços apresentados pela prefeitura, atrasos nos repasses do IPMC [Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Cascavel] que geraram R$ 22 mil de encargos e ainda obras paradas”, explica Sidnei Mazutti (PSL).
A Coordenadoria de Fiscalização encontrou três impropriedades: divergências no balanço patrimonial e contabilidade; ausência de pagamento para cobrir déficit atuarial do regime de previdência no valor de R$ 2,4 milhões e obras inacabadas.
Edgar Bueno criticou o parecer e diz que tudo não passa de uma decisão política. “Querem há dois anos cassar meus direitos políticos. Já provamos tudo ao TCE. É um abuso de autoridade para esmagar quem está fora”.
Edgar diz que vai recorrer novamente à Justiça se o plenário reprovar suas contas.
PRIMEIRO CASO
Já em fevereiro, Edgar Bueno saiu de cabeça baixa da Câmara de Cascavel que, pela primeira vez na sua história, reprovou as contas de um ex-prefeito. Tratava-se das contas de 2013, que foram reprovadas por 14 votos.
Naquele ano também houve atrasos em contas trabalhistas e diferenças em valores do Fundo de Participação do Município e ICMS. Edgar recorreu ao Juizado Especial da Fazenda Pública, em março, com a justificativa de que o prazo estabelecido para o julgamento em plenário foi desrespeitado. O Juizado deu parecer favorável, mas a Câmara recorreu e até agora o caso tramita no TJ (Tribunal de Justiça).