Conectados, inovadores, criativos, avessos a hierarquias, muitas vezes ansiosos e resistentes. Os adjetivos são a definição do que é a geração Z – os nascidos no final da década de 1990 e início de 2000 -, um perfil diametralmente oposto às gerações anteriores e que, de acordo com estimativa recente feita pela ONU (Organização das Nações Unidas), será a maioria da população mundial este ano, representando 32% do total e superando os millennials – nascidos entre 1980 e 1990.
São eles que dominarão, nos próximos anos, o mercado de trabalho. Mas, antes de ser maioria, eles ainda trabalharão muito com os outros perfis existentes, numa mescla que precisará atingir o equilíbrio o mais rápido possível para que novo e antigo levem experiência e novas ideias às empresas.
“Essa é uma geração que não gosta de hierarquias e tende a romper a linearidade com a qual estávamos acostumados. A chegada de novos perfis às companhias já está mudando a maneira das empresas e seus colaboradores atuarem, então é fundamental entendermos seu modo de pensar”, comenta Rogério Gabriel, presidente e fundador da MoveEdu, maior plataforma edtech – education techonollgy – do País.
A seguir, veja os principais comportamentos que a geração Z leva ao mercado de trabalho atual.
Abaixo às hierarquias
A geração Z é definida como aquela que prefere um ambiente de trabalho que ofereça condições de igualdade e na qual não haja barreiras entre os funcionários de diferentes áreas ou cargos. “Ela quer debater suas ideias com todos dentro da empresa, não importando se está falando com um colaborador melhor remunerado ou de maior experiência dentro da companhia”, comenta o presidente da MoveEdu.
Liderança pelo exemplo
Isso não significa que ela não goste de líderes ou não respeite seus superiores. “A diferença está na maneira como eles querem receber as orientações no trabalho: não mais de uma maneira impositiva, como a geração anterior aceitava, mas sim de modo que eles se sintam estimulados a realizar o trabalho e enxerguem propósito nele”, define Rogério. “É a liderança pelo exemplo, e não mais por um rótulo como o de chefe ou superior”.
Feedback rápido
Os nascidos nessa geração convivem com a rapidez da tecnologia desde que vieram ao mundo. Do pedido de um lanche pelo aplicativo do celular à avaliação do motorista que esteve com ele na última corrida: todos esses procedimentos são realizados em tempo real e de maneira ágil. “Como nasceram com esses processos dinâmicos, a geração Z nunca soube conviver com outro tipo de velocidade no seu dia a dia. Isso se reflete, por exemplo, ao receber feedbacks: eles querem um retorno imediato ao desempenho de uma tarefa recém-realizada; querem saber se a executaram bem imediatamente”.
Empoderados
Os Z não esperam receber ordens para agir. “Antes, era natural um funcionário esperar para saber se iria participar das principais reuniões ou ações da companhia em que trabalha. Hoje, os novos colaboradores proativamente se oferecem para participar desses processos”, alerta Rogério.
Criatividade que leva à inovação
“O fato de que a geração Z pensa de maneira diametralmente oposta às anteriores é justamente o que leva à inovação. Romper com a maneira antiga de pensar permite que ideias inovadoras venham à luz”, comenta o fundador da MoveEdu.
Horários flexíveis
Esqueça a história do “horário comercial”, essa é geração que trabalha com a carga horária o mais flexível possível. “Ficar preso ao volume tradicional de trabalho não funciona com os nascidos após 2001. Eles querem a liberdade de chegar mais tarde, mesmo que isso signifique sair tarde do escritório também”.