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Vôlei: desgaste faz da cerimônia de abertura um drama

Treino puxado: jogadores da seleção na reta final para a estreia nos JogosRIO – Apesar de a comissão técnica da seleção brasileira masculina de vôlei ter liberado os atletas para curtir a festa de abertura dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira, no Maracanã, a orientação é ter bom senso. Quem se recupera de alguma contusão, está em algum tratamento ou sente dores, não deve ir. Segundo o técnico Bernardinho, eles foram orientados a ficar na vila por causa das mais de sete horas de duração, entre a saída da Barra até o retorno após a festa. Links esportes do papel

De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), a delegação deve ter aproximadamente 180 atletas, de cerca de 13 modalidades, principalmente as que não competem amanhã, como handebol, hipismo, levantamento de peso, nado sincronizado, saltos ornamentais e tênis. Bernardinho disse que toda a dinâmica do evento preocupa. Ele também não irá. Das oito edições dos Jogos em que esteve, só foi à cerimônia em Moscou-1980.

? Não vou obrigar ninguém a não ir. Já fui jogador e não é por aí. Fomos aconselhados a não ir e, claro, alguns jogadores com problemas aqui e ali não irão. Não podem ir ? afirmou o técnico. ? Os que estiverem bem e tudo… eu não gostaria que fossem, mas vou entender se forem. Porque é cansativo. E, muitas vezes, os atletas veem pouco da beleza do espetáculo. A minha função não é determinar certas coisas ou obrigar, mas, sim, orientar.

Embora adote um discurso democrático, Bernardinho não pretende aliviar a vida dos que optarem por estar no Maracanã na abertura. O recado, aliás, foi bem direto.

? Eles não são crianças, e a decisão é de cada um, decisão que seja correta e coerente com a missão aqui. Só que, no dia seguinte, terão de treinar de manhã, e bem ? avisou.

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Alguns atletas ainda não decidiram se vão ou não. Outros já sabem que verão a cerimônia no quarto mesmo. Caso de Walllace, que sofreu com um problema na lombar no último torneio, e ?prefere não arriscar?. Em sua quarta Olimpíada, o líbero Serginho, de 40 anos, o mais velho do grupo, também disse que não vai.

Ele, ao lado do velejador Robert Scheidt e da pentatleta Yane Marques, concorria ao posto de porta-bandeira da deleção brasileira. Por voto popular, Yane foi escolhida.

? Eu não quero ir não porque sei que é um desgaste muito grande. Se fosse só desfilar e voltar, seria uma hora ou uma hora e meia. Mas são mais de sete horas. Com os meus parafusos, não consigo ficar muito tempo em pé ? brincou Serginho, que já operou a coluna e colocou pinos. ? Lembro que em Pequim, em 2008, eu deitei na grama. O pessoal fez uma cabaninha e eu fiquei deitado, com dor nas costas. O Gustavo (ex-central) levou baralho e a gente jogou truco no meio da cerimônia…

Para os estreantes, a decisão não parece ser fácil. O oposto Evandro, por exemplo, ainda está pensando se vai à festa ou não.

? Não sei ainda. Estou com muita vontade de ir, mas não sei ? confessou o jogador, que tem dúvida por causa do treino no dia seguinte de manhã. ? Quem tem uma dorzinha a mais é melhor ficar descansando.

ROBERT SCHEIDT VAI

Outro novato em Olimpíada, o também central Éder revelou ter ficado um pouco assustado com os dados do COB sobre deslocamento e tempo de duração da festa:

? Tem um desgaste porque ficaremos em pé muito tempo. Mas tem a magia da festa… Estou na dúvida.

Outras baixas serão o futebol, o basquete e o vôlei feminino, a equipe de CCE, toda a delegação da natação e atletas do tiro, como Felipe Wu, uma das esperanças de medalha para o Brasil. Do boxe, quatro atletas estarão presentes na festa. Já a equipe da vela, que começa a competir na segunda-feira, confirmou presença.

? É um momento mágico para qualquer atleta, ainda mais em uma Olimpíada em casa. Mesmo não sendo escolhido (porta-bandeira), eu vou estar lá. Faço questão de desfilar. Provavelmente é a minha última participação nos Jogos ? contou o bicampeão olímpico Robert Scheidt.