LONDRES – Os bancos já pagaram US$ 321 bilhões em multas desde 2008 por questões de lavagem de dinheiro a manipulação de mercado e financiamento de terrorista, de acordo com levantamento do Boston Consulting Group. E o número deve avançar nos próximos anos, à medida em que reguladores na Europa e na Ásia se aproximam das medidas mais agressivas tomadas nos Estados. Do total, US$ 42 bilhões foram pagos apenas em 2016, o que representa uma alta de 68% frente a 2015.
?Com o avanço das regulações, multas e penas, assim como gastos legais e de litigação, vão permanecer um custo de se fazer negócios. Administrar esses custos vai continuar a ser uma tarefa grande para os bancos?, afirmam os analistas liderados por Gerold Grasshoff.
A era de exigências regulatórias cada vez maiores está aqui para ficar, segundo o Boston Consulting Group, apesar da proposta de Donald Trump de rever a reforma feita após a crise financeira internacional. O texto diz que o número de mudanças na regulação por dia triplicou desde 2011, para uma média de 200.
No início de fevereiro, o presidente americano assinou um decreto para revisar a lei financeira sobre a reforma de Wall Street, que impôs regulações bancárias após a crise de 2008 para evitar novos choques econômicos.
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?Regulação deve ser considerada uma alta permanente do nível do mar, não apenas uma onda que vai baixar ou um tsunami que vai recuar. Nós esperamos que o tema se mantenha apesar dos eventos recentes nos Estados Unidos?, escreveram os autores.
O documento aponta que, quase dez anos após a crise financeira internacional, a indústria bancária ainda não se recuperou totalmente das perdas. Segundo o Boston Consulting Group, a indústria ainda está ? 9 bilhões no vermelho no período entre 2009 e 2015, apesar do lucro de ? 159 bilhões em 2015. O cálculo considera os resultados operacionais dos bancos e incorpora o custo de capital.