BAGDÁ ? O Ministério das Relações Exteriores do Iraque expressou profundo alívio pela decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de remover os iraquianos da lista de cidadãos vetados de entrar no território americano. Fontes da Casa Branca afirmaram, em condição de anonimato, que esta será uma das mudanças para a nova versão do veto migratório do republicano, já que o texto original foi suspenso pela Justiça. Um assessor do presidente confirmou que nesta segunda-feira Trump assinará o novo decreto.
?A decisão é um passo importante na direção certa. Consolida a aliança estratégica entre Bagdá e Washington em muitos campos e na linha de frente da guerra contra o terrorismo?, disse, em nota, o ministério.
O decreto presidencial original de Trump impedia a entrada de cidadãos de sete países durante 90 dias. Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen continuarão, segundo a fonte, na lista de barrados. Os refugiados também serão novamente proibidos de entrar nos EUA. No entanto, os refugiados sírios não mais seriam vetados por tempo indefinido ? mas sim temporariamente, como os refugiados de todos os outros países.
O Iraque foi removido da lista de nações do decreto original porque seu governo adotou novos procedimentos de verificação para viagens ? como uma vistoria mais rígida de vistos e o compartilhamento de dados. Além disso, pesou o fato de que Bagdá trabalha com Washington para conter os militantes do Estado Islâmico, segundo a fonte.
Milhares de iraquianos lutam há anos ao lado das tropas norte-americanas ou atuam como tradutores desde a invasão comandada pelos EUA em 2003. Muitos se restabeleceram em solo norte-americano depois de serem ameaçados por trabalhar com os militares americanos.
O funcionário da Casa Branca disse ainda que o novo decreto presidencial também garante que milhares de moradores permanentes legalizados nos EUA (aqueles que possuem o green card) dos países listados não sejam afetados pela restrição de viagens.
Mais de vinte ações civis foram abertas em cortes norte-americanas para contestar o decreto original de Trump. A medida acabou suspensa sob o argumento de que violava proteções constitucionais contra a discriminação religiosa. Trump criticou publicamente os juízes que arbitraram contra ele e prometeu levar o caso à Suprema Corte, mas depois decidiu redigir um novo decreto com o objetivo de torná-lo mais fácil de defender nos tribunais.
Enquanto o primeiro decreto impunha restrições imediatas, a nova diretiva terá um intervalo de adoção ainda indefinido para limitar as interrupções que complicaram a vida de alguns viajantes, disse a fonte. Refugiados em trânsito e que já foram aprovados poderão viajar aos EUA.