BRUXELAS – O Open Internet Project (OIP) ? cujos membros incluem a editora digital Axel Springer e o Getty Images ? acusou, nesta terça-feira, a Google, controlada pela Alphabet, de impor restrições anticompetitivas aos fabricantes de smartphones do sistema operacional Android, registrando a sua segunda queixa contra a gigante norte-americana de tecnologia.
O grupo, que apresentou à Comissão Europeia uma reclamação contra o serviço comparativo de compras da Google cerca de três anos atrás, pediu à autoridade regulatória da União Europeia (UE) que aja a esse respeito.
?A Google mais uma vez, em violação às regras antitruste da UE, abusou de sua posição dominante ao impor restrições a fabricantes de dispositivos Android e operadoras de telefonia móvel, visando a preservar e fortalecer sua dominância em buscas gerais on-line?, informou o OIP em comunicado.
Ricardo Cardoso, porta-voz da Comissão Europeia, disse que a autoridade reguladora avaliará a queixa. A Google, por sua vez, afirmou que o Android contribui para a concorrência em vez de prejudicá-la.
MULTA DE 10% DA RECEITA
A ferramenta de buscas on-line mais popular do mundo está na mira da UE desde abril do ano passado, acusada de usar sua posição dominante no sistema operacional Android para pressionar os rivais.
Reguladores dizem que, entre as táticas, a empresa exige que as fabricantes pré-instalem o aplicativo de buscas Google Search e o navegador Google Chrome para terem acesso aos aplicativos do Google.
A companhia, que fatura bilhões com publicidade em telefones do tipo Android por meio de aplicativos como Google Maps, Google Search e Gmail, pode ter de desembolsar uma multa de até 10% de sua receita global e de se sujeitar a uma ordem para pôr um fim às práticas anticoncorrenciais, se for considerada culpada por violar as regras da UE.