BARCELONA ? O ex-presidente nacionalista catalão Artur Mas (2010-2016) perdeu nesta segunda-feira seus direitos políticos para exercer cargos eleitos durante dois anos por desobedecer a proibição da Justiça espanhola de realizar, em 2014, um referendo separatista nessa região.
O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) determinou uma pena muito inferior à requerida pela promotoria, que era de dez anos.
Mas foi processado por desobedecer a suspensão decretada pelo Tribunal Constitucional da consulta sobre a independência catalã, celebrada em 9 de novembro de 2014.
Na consulta não vinculante, participaram 2,3 milhões de catalãs, em um total de 6,3 milhões habilitados a votar.
Entre os que compareceram às urnas, 80% votaram pela separação dessa região do nordeste da Espanha, que conta com 7,5 milhões de habitantes.
O presidente catalão, Carles Puigdemont, criticou a decisão e a comparou com o anúncio do governo regional escocês, que pedirá um novo referendo separatista ao Reino Unido, depois da infrutífera consulta de 2014.
“Que diferença das democracias consolidadas e saudáveis”, escreveu no Twitter.
Desde 2010, os separatistas catalãs desafiam o governo central da Espanha e tramitam uma série de medidas no parlamento visando a uma hipotética divisão.
O governo espanhol, em mãos do conservador Partido Popular (PP), e a justiça trava uma complexa batalha legal contra essas medidas.
Apesar disso, os separatistas e Puigdemont já prometeram para setembro um referendo sobre a independência, com ou sem a autorização do governo de Mariano Rajoy, que já deixou claro que não permitirá sua realização.