São Paulo ? O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, não descartou nesta segunda-feira que o presidente Michel Temer permaneça elegível em 2018 mesmo após uma eventual cessação da chapa Dilma-Temer pelo TSE por irregularidades na eleição de 2014. Ele argumentou que essa tem sido uma decisão recorrente nos tribunais regionais eleitorais.
? Em tese o tribunal (TSE) tem cassado a chapa mas ressalvado a inelegibilidade daquele que não teve participação (no ilícito) ? afirmou Mendes.
Temer tem dito que não tem interesse em se candidatar em 2018 mas no PMDB as especulações crescem acerca de uma candidatura à reeleição.
O ministro esteve em São Paulo nesta manhã para o lançamento de uma campanha de incentivo ao cadastro da biometria dos eleitores para a eleição de 2018. Hoje são cerca de 50 milhões de brasileiros que votam por meio da biometria. A meta do TSE é que esse número chegue a 80 milhões até maio do ano que vem.
Mendes mostrou-se incomodado com o assédio dos jornalistas sobre o futuro do caixa 2 nas campanhas eleitorais.
? Este tema já está até cansativo ? disse Mendes no início da entrevista coletiva.
O ministro voltou a defender uma diferenciação aos olhos da lei do caixa 2 com recursos oriundos de corrupção e daquele com dinheiro de origem legal.
Para o presidente do TSE não há motivo para se falar em anistia de caixa 2. Mas ele admitiu que a ameaça à estabilidade política do país pode sim pesar na decisão dos ministros no julgamento da chapa Dilma-Temer.
? Sempre se consideram essas questões. Não temos juízes de Marte. Temos juízes do Brasil e todas as circunstâncias levamos em conta.