BRASÍLIA – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que vai continuar em silêncio sobre a acusação feita contra ele por José Yunes, ex-assessor especial do presidente Michel Temer. Padilha voltou ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira.
A denúncia de Yunes foi feita há cerca de 20 dias, na mesma semana em que o ministro passou mal e licenciou-se, por atestado médico, do cargo. O advogado disse à Procuradoria-Geral da República que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro em seu escritório, em São Paulo, a pedido do chefe da Casa Civil. Desde então, Padilha e Planalto não deram explicações sobre o caso ou citações a outros ministros em delações. Nesta segunda-feira, Padilha disse que seguirá não comentando a acusação.
Eliseu Padilha foi a uma reunião pela manhã com Temer e ministros da área de segurança e inteligência sobre o Plano Nacional de Segurança. O encontro começou às 9h30, mas o ministro chegou por volta das 10h. Entre as propostas debatidas na audiência está a criação de uma comissão permanente entre essas pastas para coordenar crises na segurança pública.
Após a reunião, Padilha foi ao gabinete de Michel Temer para audiência privada, fora das agendas oficiais, como é de praxe entre auxiliares no Planalto. No fim da tarde, o ministro receberá líderes parlamentares e o chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, para debater a reforma previdenciária.
Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista com pedidos de inquéritos baseada em 78 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Em seguida, o sigilo desse material deve ser levantado pelo relator da Lava-Jato na Corte, o ministro Edson Fachin.
Padilha havia sido internado no Hospital do Exército, em Brasília, no último dia 20, com um quadro de obstrução urinária, provocada por uma hiperplasia prostática benigna. Uma semana depois, foi operado em Porto Alegre.