SÃO PAULO. Os advogados da ex-presidente Dilma Rousseff pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o advogado José Yunes, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, sejam convocados a depor no processo de cassação da chapa Dilma-Temer. O pedido, apresentado ao ministro Herman Benjamin, relator do processo , inclui ainda o compartilhamento das delações da Odebrecht.
No pedido, os advogados argumentam que Padilha coordenou a campanha do vice Michel Temer na chapa e ocupou inclusive sala no Comitê Central, em Brasília. Eles querem saber se Padilha recebeu recursos via caixa 2 e se destinou as verbas à chapa presidencial. A mesma pergunta deve ser dirigida, segundo os advogados, a Yunes, amigo de Temer.
A defesa de Dilma argumenta que o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) teve acesso à delação premiada de Ricardo Pessoa na Lava-Jato, que o acusou de ter recebido doação para a campanha via caixa 2, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF considerou que o acesso à delação de pessoa fazia parte do direito à ampla defesa.
Para os advogados de Dilma, também devem ser ouvidos funcionários do setor de operações estruturadas da Odebrecht, conhecido como departamento de propina, e os doleiros Álvaro Novis e Vinícius Claret, conhecidos como Tuta e Juca Bala.
Foram solicitados ainda que sejam ouvidos depoimentos do ex-ministro Guido Mantega, Rui Falcão (PT), Valdir Raupp (PMDB), Gilberto Kassab (PSD), Ciro Nogueira (PP), Alfredo Nascimento (PR), Eurípedes Júnior (PROS), Carlos Lupi (PDT), Marcos Pereira (PRB) e Renato Rabelo (PC do B), além de Edinho Silva, que foi o coordenador financeiro da chapa Dilma-Temer, pela segunda vez.
Segundo a assessoria de Dilma, os advogados pediram ainda que seja reconsiderado o veto aos trechos que mencionam o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), nos depoimentos de Marcelo Odebrecht e Benedito Júnior, e pedem que seja ouvido Oswaldo Borges (PSDB), um dos principais auxiliares do tucano.